Papa destaca «universalidade» e responsabilidades especiais dos seis novos membros do colégio cardinalício

Papa destaca «universalidade» e responsabilidades especiais dos seis novos membros do colégio cardinalício

Bento XVI afirmou hoje no Vaticano que os evangelhos mostram que Jesus nunca teve “nenhuma ambição política”, numa missa que contou com a presença dos seis novos cardeais que criou no consistório de sábado.

“Depois da multiplicação dos pães, o povo, entusiasmado com o milagre, queria pegar nele e fazê-lo rei, para derrubar o poder romano”, referiu o Papa, na cerimónia a que presidiu na Basílica de São Pedro, acrescentando que para Jesus “o reino de Deus é de género totalmente diferente; não se baseia sobre as armas e a violência”.

Mais tarde, na recitação da oração do Angelus, Bento XVI aludiu à “universalidade” dos novos membros do colégio cardinalício, “pastores da Igreja no Líbano, Índia, Nigéria, Colômbia, Filipinas e um deles [natural dos EUA] há muito tempo ao serviço da Santa Sé”.

Na homilia da missa a que tinha presidido, o Papa destacou a celebração da solenidade de Cristo Rei, com que a Igreja Católica encerra o seu ano litúrgico 2011/2012.

“A Igreja convida-nos a celebrar Jesus Cristo como rei do universo; chama-nos a dirigir o olhar em direção ao futuro, ou melhor em profundidade, para a meta última da história, que será o reino definitivo e eterno de Cristo”, precisou.

Bento XVI precisou que os próprios discípulos, “apesar de terem partilhado a vida com Jesus e ouvido as suas palavras, pensavam num reino político, instaurado mesmo com o uso da força”.

“[Jesus] deseja cumprir a vontade do Pai até ao fim e estabelecer o seu reino, não com as armas e a violência, mas com a aparente fragilidade do amor que dá a vida. O reino de Deus é um reino completamente diferente dos reinos terrenos”, assinalou.

O Papa assinalou a importância, para a Igreja Católica, de um “poder que não corresponda à lógica do domínio e da força”, mas “o poder da verdade e do amor”.

“Portanto, ser discípulos de Jesus significa não se deixar fascinar pela lógica mundana do poder, mas levar ao mundo a luz da verdade e do amor de Deus”, acrescentou, falando numa “responsabilidade” especial para os cardeais, chamados a “fazer sobressair sempre a prioridade de Deus e da sua vontade face aos interesses do mundo e dos seus poderes”.

OC