O Papa Bento XVI convidou hoje os católicos a prepararem a próxima celebração do Natal com humildade e “serena expectativa”, apresentando o exemplo da Virgem Maria e do menino que nasceu em Belém.
“A omnipotência de Deus, também na nossa vida, age com a força, muitas vezes silenciosa, da verdade e do amor. A fé diz-nos, então, que o poder indefeso daquele Menino vence, no fim, a balbúrdia dos poderes do mundo”, disse, na audiência pública desta semana, perante milhares de pessoas reunidas na sala Paulo VI, Vaticano.
O Papa frisou que a “glória de Deus não se manifesta no triunfo e no poder de um rei”, mas “toma como morada o ventre de uma virgem, revela-se na pobreza de uma criança”.
A catequese de Bento XVI centrou-se na fé de Maria, num “diálogo íntimo com a palavra de Deus, pela sua profunda e obediente humildade” e também no seu “elemento de escuridão”.
O tema estaria em destaque nas mensagens que o Papa partilhou na rede social Twitter, após a audiência.
“A fé de cada um tem momentos de luz, mas também de escuridão. Se queres caminhar sempre na luz, deixa-te guiar pela Palavra de Deus”, escreveu, para os mais de dois milhões de seguidores.
Outro texto referiu que “Maria recebe com alegria o anúncio de que será mãe de Jesus, o Filho de Deus feito homem. A verdadeira alegria deriva da união com Deus".
Na síntese da catequese em português, o Papa aludiu ao “lugar especial” que a Virgem ocupa no tempo do Advento, as quatro semanas que antecedem a celebração do Natal no calendário católico.
“Nela vemos a criatura que, de modo incomparável, abriu de par em par as portas ao seu Criador, submetendo-se livremente à vontade divina na obediência da fé: adere com plena confiança à palavra que lhe anuncia o Mensageiro de Deus. E este ‘sim’ de Maria à vontade divina repete-se ao longo de toda a sua vida até ao momento mais difícil: o da Cruz”, observou.
O Papa destacou que a mãe de Jesus “não se contenta com uma perceção imediata e superficial do que sucede na sua vida”, procurando “a compreensão que só a fé pode garantir”.
“Maria acolhe mesmo aquilo que não compreende do agir divino, deixando que seja Deus a abrir-lhe o coração e a mente. Assim se tornou modelo e mãe de todos os crentes. Pela sua fé, todas as gerações a chamarão bem-aventurada”, sustentou.
Bento XVI deixou uma saudação aos peregrinos de língua portuguesa, “com votos de um santo Natal de Jesus no coração e na família de cada um, pedindo a mesma humildade e obediência da fé de Maria e José” que faça ver às pessoas “na força indefesa daquele Menino, a vitória final sobre todos os arrogantes e rumorosos poderes do mundo”.
OC