O porta-voz do Vaticano demarcou-se esta terça-feira das declarações sobre os judeus proferidas pelo responsável máximo da Fraternidade Sacerdotal de São Pio X (FSSPX), um movimento tradicionalista fundado pelo falecido arcebispo Marcel Lefèbvre.
Segundo o padre Federico Lombardi, diretor da sala de imprensa da Santa Sé, existe uma “tradição magisterial de dezenas de anos por parte dos Papas e da Igreja, unida ao seu compromisso com o diálogo inter-religioso” que demonstram que “de maneira alguma é possível falar dos judeus como `inimigos da Igreja´”.
A polémica surgiu após uma conferência do bispo Bernard Fellay, superior geral da FSSPX, que apresentou maçons, modernistas e judeus como “inimigos da Igreja” ao longo dos séculos.
As declarações, publicadas na internet, levaram a um pedido de esclarecimento ao porta-voz do Vaticano.
O padre Lombardi, citado pelo portal de notícias ‘news.va’, destacou a “grande importância atribuída ao diálogo com os judeus” nas últimas décadas, em particular com a publicação do documento ‘Nostra Aetate”, do Concílio Vaticano II (1962-1965).
A Santa Sé aguarda uma resposta da FSSPXA à proposta de criação de uma prelatura pessoal que permitiria o seu reconhecimento canónico.
Entre as questões que separam as duas partes destacam-se a aceitação do Concílio Vaticano II (1962-1965) e do magistério pós-conciliar dos Papas em matérias como as celebrações litúrgicas, o ecumenismo ou a liberdade religiosa.