O Papa Francisco não hesitou de novo em fugir às tradições no primeiro Angelus do seu pontificado, destacando-se do seu antecessor Bento XVI ao adotar uma comunicação mais pessoal.
"Obrigado pelas vossas boas-vindas, e pelas vossas orações", disse o primeiro papa da América Latina desde a janela do apartamento papal, na praça de São Pedro, após um longo aplauso dos mais de 150 mil fiéis que acorreram à praça de São Pedro.
"Rezem por mim, peço-vos", acrescentou, falando sempre em italiano.
Na sua primeira homilia dominical, o Pontífice disse que Deus "nunca se cansa" de perdoar os homens, embora estes às vezes se cansem de lhe pedir perdão". Se Deus não perdoasse, o mundo "não existiria". Sublinhou a misericórdia e a "paciência" de Deus para com os homens e afirmou que "um pouco de misericórdia muda o mundo, torna o mundo menos frio e mais justo".
Jorge Mario Bergoglio contou aos fiéis que escolheu o nome de Francisco em homenagem a Francisco de Assis, o patrono de Itália, o que reforça as suas relações com este país, já que a sua família é originária do norte italiano.
Fugindo à tradição de usar o Angelus para comentar assuntos internacionais, Francisco teve ainda tempo para pôr os fiéis a rir, quando disse, após fazer referência a um livro escrito por um cardeal: "Não pensem que estou a fazer publicidade aos meus cardeais".
Por debaixo da janela do apartamento papal estava um dossel em branco, já que o papa ainda não escolheu o escudo do seu pontificado.
Antes do tão aguardado Angelus, o Papa celebrou uma missa na paróquia de Santa Ana, no Vaticano, onde voltou a ser o centro das atenções com a quebra do portocolo. Na chegada à igreja, dedicou algum do tempo a cumprimentar alegremente os fiéis que se encontravam no exterior.