O Papa Francisco vai continuar a residir na Casa de Santa Marta, que acolheu os cardeais eleitores durante o Conclave, sem se mudar para o apartamento no palácio apostólico do Vaticano, anunciou hoje o porta-voz da Santa Sé.
“No final da missa desta manhã, o Santo Padre, com palavras muito simples, deixou entender que pretende, pelo menos nesta fase, continuar a viver na Domus Sanctae Marthae”, disse o padre Federico Lombardi.
Francisco presidiu à missa de Terça-feira Santa na capela da Casa de Santa Marta, que reuniu os hóspedes do edifício.
O padre Lombardi adiantou que o Papa se mudou do quarto (207) que ocupou durante o Conclave para um outro maior (201) que lhe dá a “possibilidade de receber as pessoas mais facilmente”.
“Para as audiências, a atividade normal da manhã – encontros com grupos, audiências a visitantes importantes, etc. – (o Papa) usa há vários dias o apartamento das audiências pontifícias, no segundo andar do Palácio Apostólico”, precisou o diretor da sala de imprensa da Santa Sé.
O referido andar engloba a sala clementina, a biblioteca privada e outros ambientes destinados à “atividade oficial” do Papa, que depois regressa à Casa de Santa Marta, onde pode conviver com outros membros do clero.
A suite 201 era a residência prevista para o novo pontífice nos dias imediatamente posteriores à sua eleição.
A Casa Santa Marta (Domus Sanctae Marthae), situada no Vaticano, é usada por pessoal eclesiástico ao serviço da Santa Sé fora do período do Conclave, no qual é reservada aos cardeais.
A estrutura articulada em dois blocos paralelos unidos por um corpo central, dispõe nos quatro pisos superiores de 129 quartos, dos quais 109 compostos por estúdio e cama, bem como capela, gabinetes, sala de refeições e espaços para reuniões.
O edifício, que não tira a visão à cúpula da Basílica de São Pedro, foi construído em 1996, quando João Paulo II era Papa, em substituição de construções do século XIX erguidas no pontificado de Pio IX.