Estamos em José Clemente Paz, uma pequena vila a quarenta quilómetros de Buenos Aires, na diocese de San Miguel. O Pe. José Luis é o pároco. E precisamente em San Miguel conheceu quando era estudante da faculdade de teologia e filosofia Jorge Mario Bergoglio. Com 68 anos, com origens em Verona, o pe. José Luis trabalhou na Bolívia, no Paraguai e Padre José Luis Vendraminno norte da Argentina. Estudou também poir dois anos teologia no Angelicum de Roma. «Eu e Bergoglio – conta – estudávamos juntos no colégio Máximo de San Miguel, na faculdade de filosofia e teologia dos jesuítas, que pertence à universidade do Salvador de Buenos Aires.
O que recorda de Bergoglio?
Era muito inteligente e tinha fama de ser uma pessoa equilibrada. Sabia mediar. Vimo-nos pela última vez no ano passado, na Universidade católica em Buenos Aires. Eu estava lá para dar um curso sobre a pastoral urbana. Mesmo se já era cardeal, vestia de modo muito simples, como nos anos de San Miguel: calças, camisa preta, cruz.
O que lhe ficou mais impresso do cardeal Bergoglio?
Recordo as suas homilias sobre o baptismo, sobretudo quando falava dos sacerdotes que se recusam baptizar as crianças filhos de mães não casadas. Bergoglio fala sempre muito devagar, tem este modo pacato de iniciar as homilias; mas quando quer dizer algo importante, então levanta a voz e pronuncia as palavras com muita clareza, para que todos compreendam. Recordo quando fomos à igreja de Luján na peregrinação dos jovens. Confessou quase toda a noite, até às 4h00 da manhã, e depois às 7h00 celebrou a missa. Eu estava lá com ele: confessávamos durante duas ou três horas, depois íamos juntos tomar um café, e em seguida ele voltava a confessar. E assim toda a noite. Eu estava esgotado mas ele prosseguia. Já era cardeal mas ninguém o sabia, porque ia confessar como um sacerdote qualquer. Compreende quanta humildade? Estou certo de que o Papa Francisco nesta Sermana santa confessará o povo. Aposta?