Distinção é justificada com o facto de o Papa ter dado "tanta esperança e inspiração às pessoas ao longo destes nove meses". "Mais ninguém fez isso este ano".
A revista norte-americana "Time" considera que o Papa Francisco foi a "pessoa do ano", sucedendo a Barack Obama. A prestigiada distinção foi anunciada ao início da tarde desta quarta-feira e o Vaticano já reagiu.
Segundo o director da sala de imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, o Papa não procurava esta distinção, mas "se isso traz esperança às pessoas, então fica satisfeito".
Num vídeo que acompanha o artigo, a "Time" destaca o facto de o Papa ter dado "tanta esperança e inspiração às pessoas ao longo destes nove meses" e de "mais ninguém" ter feito isso este ano.
"Foi o primeiro Papa do novo mundo, o primeiro da América Latina - só por si é histórico. Chegou numa altura em que a Igreja parecia precisar de mais energia", explica a revista. A energia "inexplicável" de Francisco é outro factor realçado pela "Time".
"Tem uma energia que não se percebe de onde vem. Tem 77 anos, mas anda a abraçar pessoas que a maioria de nós não quereríamos sequer tocar, anda a lavar os pés a reclusos, a interceder por imigrantes numa ilha no meio do Mediterrâneo."
Mas o grande destaque é para a mensagem sobre a pobreza. "Preocupa-se sobretudo com os pobres. Essa é a mensagem mais forte."
A revista admite, por outro lado, que nem tudo sobre Francisco é consensual e considera que o futuro vai ser complicado. "Vai ser interessante observar o Papa ao longo do próximo ano, porque todos os conservadores estão preocupados que abdique da autoridade da Igreja, enquanto os liberais estão com medo que não passe das palavras aos actos."
Esta é a terceira vez que a "Time" coloca um Papa na capa da edição que anuncia a "pessoa do ano". A primeira foi em 1963, com João XXIII, e a segunda em 1994, com João Paulo II. A tradição de nomear uma "pessoa do ano" começou em 1927.