Francisco fala em três formas de miséria: material, moral e espiritual. O Evangelho é o antídoto contra a miséria espiritual e a Quaresma um tempo propício para o despojamento. Papa recorda que a verdadeira pobreza dói e desconfia da esmola que não custa nem dói.
O Papa elegeu o tema da pobreza para a sua mensagem para a Quaresma. Francisco defende mais justiça e partilha no combate a miséria.
Com o título “Fez-Se pobre, para nos enriquecer com a sua pobreza”, inspirado numa passagem da segunda carta de São Paulo aos Coríntios, o documento hoje divulgado sublinha que a miséria “não coincide com a pobreza”, mas é “a pobreza sem confiança, sem solidariedade, sem esperança”.
O estilo de Deus não se revela através do poder nem da riqueza do mundo, mas através da fragilidade e da pobreza, para se tornar mais próximo de todos. Faz-se próximo, consola com ternura e salva, diz o Papa, sublinhando que os cristãos são chamados a imitar Cristo, a ver e a aliviar as misérias dos irmãos.
Francisco aponta diferentes tipos de miséria: material, moral e espiritual.
A miséria material afecta os que não têm bens de primeira necessidade nem possibilidades de progresso e crescimento cultural. O poder, o luxo e o dinheiro são obstáculos à distribuição equitativa das riquezas. O Papa apelo, por isso, à conversão das consciências, para uma maior justiça, igualdade, sobriedade e partilha.
Há também a miséria moral, a dos que são escravos do vício e do pecado - droga, jogo, pornografia – uma espécie de suicídio que leva à ruína económica e também à miséria espiritual, ou seja, quando nos afastamos de Deus e nos consideramos auto-suficientes.
O Evangelho, diz Francisco, é o antídoto contra a miséria espiritual e o cristão deve levá-lo a todos os ambientes.
A Quaresma é, pois, um tempo propício para o despojamento. O Papa recorda-nos que a verdadeira pobreza dói e desconfia da esmola que não custa nem dói.
A Quaresma, que este ano se inicia a 5 de Março, com a celebração de Quarta-feira de Cinzas, é um período de 40 dias marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.