Para chefiar o departamento o Santo Padre nomeou o actual arcebispo de Sidney, na Austrália, o Cardeal Pell, conhecido por ser conservador mas pragmático e com alguma experiência neste campo.
O Papa criou esta segunda-feira um novo departamento que fica encarregue de supervisionar toda a actividade económica e administrativa do Vaticano.
Para chefiar o Secretariado para a Economia o Santo Padre nomeou o actual arcebispo de Sidney, na Austrália, o Cardeal George Pell. Na prática, Pell torna-se uma espécie de ministro das Finanças da Santa Sé. O Cardeal Pell é também um dos oito cardeais nomeados pelo Papa para o aconselhar sobre a reforma da Cúria Romana.
Segundo o comunicado da Santa Sé: "O secretariado terá a responsabilidade, entre outras coisas, de preparar um orçamento anual para a Santa Sé e para a Cidade Estado do Vaticano, bem como o planeamento financeiro e outras funções de apoio como recursos humanos e aquisições. O secretariado também terá de preparar relatórios financeiros da Santa Sé e do Estado do Vaticano".
Para apoiar o novo prefeito do Secretariado da Economia será criada ainda uma comissão de 15 pessoas, sendo que oito serão cardeais ou bispos e sete serão peritos leigos. A comissão deve ser composta por pessoas representativas de diversas regiões mundiais. Por fim, o Papa nomeará um novo auditor-geral, que terá o poder de fazer auditorias a qualquer agência do Vaticano em qualquer altura.
Teologicamente conservador, Pell é conhecido também por ser extremamente prático. Já tem alguma experiência neste campo, fazendo já parte do Conselho de Cardeais sobre Problemas Económicos e Organizacionais da Santa Sé, para o qual foi nomeado em 2007.
Numa carta escrita à sua diocese, o cardeal Pell confirma que vai começar as suas novas funções em finais de Março e que até lá espera poder despedir-se dos seus colaboradores e amigos na Austrália. Confirma-se assim que o arcebispo australiano muda-se definitivamente para Roma, onde poderá exercer o seu novo cargo a tempo inteiro.
Na mesma carta o Cardeal escreve: "Muito se pode fazer para melhorar as capacidades da Santa Sé em apoiar as boas obras da Igreja, sobretudo as que auxiliam os pobres e desfavorecidos. Sinto-me muito honrado pelo facto de o Papa me ter pedido para o ajudar neste serviço".
Esta nomeação é mais um passo nos esforços que o Papa tem empreendido para reformar a Cúria Romana e, especificamente, as áreas financeiras que tantas dores de cabeça têm dado aos Papas ao longo dos últimos anos.
A última reunião do grupo de oito cardeais focou muito as questões financeiras da Santa Sé.