A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) divulga uma entrevista ao padre John Bakeni, que celebrava missa no passado domingo quando aconteceu em Maiduguri um ataque do grupo islamita Boko Haram, relatando “os momentos de pânico e angústia”.
O sacerdote recorda esses “momentos de pânico e de angústia que se viveram na cidade” revelando que “houve inúmeras explosões de bombas, mas isso não foi suficiente para impedir as pessoas de virem à missa”.
“Foi uma lição de humildade e uma experiência edificante ver tantas pessoas na missa. A catedral estava a abarrotar. Quando chegou o momento da homilia, disse-lhes que não precisava de fazer nenhum sermão. A presença de tanta gente ali era, em si, uma homilia”, referiu.
Em declarações prestadas à AIS, o sacerdote pediu orações aos amigos e benfeitores da Fundação: “Por favor, rezem para que esta violência acabe”.
O ataque de domingo foi precedido de um outro, a 14 de março, quando elementos rebeldes atacaram o quartel de Giwa e libertaram algumas dezenas de presos, pertencentes também ao grupo Boko Haram, assim como lançaram um ataque contra uma zona residencial e um campus universitário.
“Acordámos com o ruído ensurdecedor dos tiros, bombas e granadas. Foi um pandemónio e um caos por todo o lado”, recordou o sacerdote.
Também desta vez registou-se “uma resposta firme das autoridades ao ataque das milícias islamitas, tendo-se travado combates por cerca de quatro horas que causaram pesadas baixas entre os elementos do Boko Haram”, no entanto, segundo a AIS, “entre a população, há o receio de que a cidade de Maiduguri possa vir a cair nas mãos dos extremistas”.
“Todos nós estamos aterrorizados e pedimos a Deus para que as nossas orações deem fruto. O exército nigeriano faz o que pode, mas não tem armas modernas para enfrentar os insurgentes que usam equipamentos muito mais sofisticados”, lamenta o padre John Bakeni.