A Igreja Católica promove esta Sexta-feira Santa, a coleta anual para as comunidades que vivem na Terra Santa e para a manutenção dos lugares ligados à vida de Jesus e ao início do Cristianismo.
O Papa Paulo V, com o documento "Cœlestis Regis", de 22 de janeiro de 1618, foi o primeiro a determinar a finalidade desta recolha de donativos e Bento XIV confirmou-a com o breve apostólico "In supremo militantis Ecclesiæ", de 7 de janeiro de 1746.
A preservação da memória dos chamados Lugares Santos, que está confiada à Custódia franciscana, passa pela preservação dos vários monumentos que assinalam a ligação dos espaços a Jesus e os apóstolos, mas sobretudo pelo apoio às atuais comunidades cristãs – uma minoria entre muçulmanos e judeus na Palestina e Israel – que vivem situações difíceis em países como a Síria, o Egito ou o Iraque, entre outros.
O número de cristãos tem vindo a diminuir na Terra Santa, ao longo das últimas décadas, com famílias inteiras a deixarem os seus lares em busca de uma vida melhor noutros países.
Numa carta enviada aos bispos de todo o mundo, a Congregação para as Igrejas Orientais recorda a importância da “Collecta Pro Terra Sancta”, frisando que “cada católico tem um dever de consciência para com os que vivem naquela região”.
O documento sublinha que esta coleta é para muitas pessoas a “principal fonte” de rendimento, numa situação “verdadeiramente delicada”.
“Todos os dias, os cristãos em várias regiões do Médio Oriente interrogam-se se devem ficar ou emigrar: vivem na insegurança ou sofrem violência apenas pelo facto de professarem a sua e a nossa fé”, assinala a missiva do cardeal Leonardo Sandri, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais.
O responsável da Cúria Romana alerta para uma “situação de pesada incerteza social e mesmo de guerra”, que se agravou nos últimos tempos e atingiu o “frágil equilíbrio” do Médio Oriente, empurrando milhares de pessoas para campos de refugiados.
“Ficamos horrorizados com o número de raptos e homicídios de cristãos na Síria e noutros lugares, com a destruição de igrejas, casas e escolas. Isso apenas alimenta o êxodo de cristãos e a dispersão de famílias e comunidades”, prossegue.
Os católicos da Terra Santa incluem comunidades de rito latino, greco-melquita, copta, maronita, síria, caldeia e arménia.