Pelo menos 30 pessoas morreram esta quarta-feira no noroeste da Nigéria, novamente às mãos do grupo fundamentalista islâmico Boko Haram, que voltou a atacar a região de Chibok onde em abril tinha sequestrado 276 estudantes.
Segundo a Fundação Ajuda a Igreja que Sofre, desta vez o alvo não foi uma escola da cidade de Chibok mas sim “duas aldeias” circundantes, “de Alagamo e de Shawa”.
“Durante horas”, relata a organização católica, os membros do Boko Haram “dispararam sobre as populações em fuga e saquearam o que puderam”.
O ataque dos terroristas, que querem impor a lei islâmica no norte da Nigéria, aconteceu um dia depois de “um duplo atentado contra uma estação de autocarros e um mercado, em Jos”, que provocou “mais de 118 mortos e dezenas de feridos”, realça a AIS.
Para o presidente da Conferência Episcopal da Nigéria, D. Ignatius Kaigama, também arcebispo de Jos, é essencial que a comunidade internacional tome medidas contra esta escalada de violência, evitando por exemplo “a venda ilegal de armas” ao Boko Haram.
Aquele responsável católico pede ainda ações concretas, por parte das Nações Unidas e de outros países, para resolver a situação das jovens estudantes de Chibok que continuam nas mãos da célula terrorista.
“Se não houver um trabalho conjunto” neste processo, todos os esforços serão como “despejar água numa cesta”, salientou D. Ignatius Kaigama, lamentando ainda a falta de capacidade demostrada pelo Governo nigeriano.
De acordo com o arcebispo, o executivo do presidente Goodluck Jonathan tem feito “muito pouco e muito tarde” para “lidar com esta crise” e também não tem sabido aplicar “corretamente” os recursos financeiros que tem à sua disposição.