A Equipa Humanitária da Caritas-África realizou a sua nona reunião de 3 a 5 deste mês de Junho em Kampala, capital do Uganda – informa o Secretariado da Caritas-África.
Na reunião tomaram parte representantes das Caritas nacionais, membros de Caritas-África, das Caritas da Europa e da América do Norte que trabalham em África e outros convidados, entre os quais um representante da Caritas Internacional.
Os participantes começaram por participar na peregrinação ao Santuário de Namugongo, para comemorar a 128ª Jornada dos Mártires do Uganda, celebrado a 3 de Junho de cada ano. A equipa da Caritas juntou-se aos milhares de peregrinos idos de várias partes do mundo para venerar esses 22 jovens, executados devido à sua fé cristã.
Nos dias de trabalho propriamente ditos, a Equipa Humanitária da Caritas-África abordou, entre outros pontos, as linhas directrizes da mesma Equipa elaboradas pela Comissão regional; e a elaboração de uma estratégia de intervenção humanitária da Caritas-África. A este respeito foi apresentada uma estratégia, tal como recomendada na reunião precedente, e introduzida algumas sugestões e recomendações. O documento será, portanto, revisto com base nisso e difundido pelos membros da equipa em finais de Agosto deste ano.
No que toca às situações de urgência actuais no mundo foi sublinhado que a tónica é posta na Síria e países vizinhos, assim como também nas Filipinas.
Os membros de Caritas-África interrogaram-se sobre o porquê das fracas respostas aos apelos de urgência lançados pela África. As respostas que emergiram foram que há muitas razões pelas quais os Apelos de urgência não são bem financiados. Trata-se, entre outras razões, da qualidade dos apelos, de apelos anteriores não concluídos, de concorrência de recursos entre organizações membros da Carita e outras organizações locais, a redução de fundos dos governos nacionais e de diversas instituições, etc.
Seja como for, os participantes na reunião consideraram que as organizações membros e a Caritas Internacional poderiam pelo menos responder com uma mensagem de solidariedade, explicando também porque não podem financiar. Isso ajudaria a melhorar a qualidade dos apelos e a encorajar a solidariedade e cooperação, indo para além do aspecto financeiro.
Os participantes na reunião da Equipa Humanitária da Caritas-África detiveram-se também sobre os principais casos de urgência em África, como a República Centro-africana, onde um novo apelo de emergência está a ser elaborado, e onde o reforço da Caritas nacional é uma prioridade.
No Mali, um dos países da África Ocidental ameaçados por BoKo Haram, é necessário acompanhar e reforçar a Caritas nacional a fim de que possa dar uma melhor resposta a fluxo de refugiados. A Caritas da França deu prioridade à Caritas do Mali como um dos países que precisam de apoio para reforçar as capacidades tanto a nível nacional como diocesano.
A Caritas da Namíbia continua a pôr em acto respostas à urgência criada pela seca.
Quanto à República Democrática do Congo, a Caritas continua a prestar ajuda humanitária aos repatriados provenientes da Bélgica. Isto em cooperação com diversas outras Caritas, entre as quais da Alemanha, da própria Bélgica, etc. Não está muito claro – sublinharam – porque é que há muitos repatriados congoleses da Bélgica.
Os participantes foram também informados da grave situação no Sul do Kordofan e dos trabalhos levados a cabo pelas dioceses de El Obeid para restaurar o hospital de Gidel que foi recentemente bombardeado.
Um novo apelo de urgência foi também lançado em relação à Eritreia. Os bispos deste país do Corno de África tencionam realizar uma reunião com a Caritas Internacional e outros parceiros chave em Roma.
A situação humanitária no Sul do Sudão é critica e tem continuado a deteriorar-se na sequencia das violências armadas que se desencadearam em Juba, a 15 de Dezembro de 2013. Foi sublinhado que a fome ameaça muitas pessoas que não conseguem fazer os trabalhos de lavoura devido à insegurança. Está a ser levado a cabo pela Caritas do Sul do Sudão, um trabalho de avaliação e mapeamento da situação.
O encontro analisou também os desafios e as oportunidades a fim de desenvolver uma melhor colaboração a nível mundial e da África, para criar uma confederação caritativa forte e melhorar a utilização dos recursos.
A Equipa Humanitária da Caritas-África (que antes era conhecida por Equipa de Gestão e Intervenção das Urgências) terá um Fórum no Burkina-Faso de 19 a 21 de Novembro próximo.