O Papa Francisco disse hoje no Vaticano que os cristãos devem rejeitar o “medo do risco” que impede a “criatividade” e a “fecundidade do amor”.
“Jesus não nos pede que conservemos a sua graça num cofre-forte, mas quer que a usemos em benefício dos outros”, declarou, perante milhares de pessoas reunidas para a recitação do ângelus, na Praça de São Pedro.
Francisco interrogou os presentes sobre a forma como têm utilizado os seus “talentos”, numa alusão à parábola evangélica que é hoje lida em todas as igrejas do mundo.
“Quem contagiamos com a nossa fé? Quantas pessoas encorajamos com a nossa esperança? Quanto amor partilhamos com o nosso próximo? Qualquer ambiente, mesmo o mais longínquo e impraticável, pode tornar-se lugar para fazer frutificar os talentos”, sublinhou.
Segundo o Papa, não existem situações ou locais fechados, à partida, à “presença e ao testemunho cristão”.
A intervenção realçou a importância de não “esconder” a fé e a “pertença a Cristo”, nas situações concretas do quotidiano, para que seja uma “força que coloca em crise, que purifica, que renova”.
O mesmo princípio, acrescentou, se aplica ao “perdão”, que deve ser uma força que “faça cair os muros” do egoísmo” e ajude a “retomar o diálogo onde já não há comunicação”.
“Não desiludamos o Senhor, não nos deixemos enganar pelo medo, mas retribuamos a confiança com confiança”, apelou.
Em conclusão, Francisco pediu que os presentes relessem em casa o “Evangelho de São Mateus, capítulo 25, versículos 14 a 30”, para “meditar um pouco” sobre a parábola dos talentos.