O Papa Francisco visita a Turquia nestes dias para “reforçar os laços de amizade, de colaboração e de diálogo entre as Igrejas” e para “demonstrar preocupação pelo cenário atual e o destino de tantos irmãos cristãos que se encontram em dificuldade”. Quem o afirma é o Secretário de Estado Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, que falou dos temas principais desta peregrinação do Papa Francisco em entrevista concedida a Barbara Castelli, jornalista do CTV – Centro Televisivo Vaticano. Eis as suas declarações:
“O Papa vai para partilhar a alegria e a celebração daquela Igreja e vai também para assinar uma declaração comum, uma declaração que se coloca um pouco no seguimento daquela que foi assinada em Jerusalém em maio último. A intenção é reforçar os laços de amizade, de colaboração, de diálogo entre as duas Igrejas e de exprimir preocupação pela situação e o destino de tantos irmãos cristãos que se encontram em condições de dificuldade e de perseguição, sobretudo na região do Médio Oriente.”
Precisamente a situação no Médio Oriente é uma das preocupações do Santo Padre nesta sua viagem, nomeadamente, os atos sanguinários do auto proclamado ‘Estado Islâmico’. Também a este tema se referiu o Cardeal Parolin afirmando que a única solução é o diálogo:
“A solução conhecemo-la: a solução é mais fácil e mais difícil daquilo que parece, e é depor as armas e iniciar um diálogo, iniciar uma negociação. É impensável que possa existir uma solução armada, que possa existir uma solução unilateral imposta com a força de alguém. A Santa Sé disse-o sempre: a solução só pode ser regional, em conjunto, tendo atenção aos interesses e às expectativas de cada uma das partes envolvidas. Infelizmente, nestes dias assistimos também a uma nova deterioração da situação na Terra Santa.”
O Cardeal Parolin comentou também a situação dos cristãos no Médio Oriente em fuga das suas terras e referiu aquilo que a Igreja pode fazer:
“A Igreja está empenhada num grandíssimo esforço de sensibilização primeiro da Comunidade Internacional para socorrer às necessidades destes irmãos e irmãs que são refugiados, e depois colocando em campo todos os seus meios de caridade. Sabemos quanto é que as organizações internacionais católicas, as agências católicas de ajuda, as Cáritas estão a fazer no terreno para ir ao encontro dos necessitados destes nossos irmãos, sobretudo pensando no inverno que já chegou e que tornará ainda mais precária e dura a sua situação, e depois esta insistência justa, obrigatória, necessária sobre o direito ao regresso.”
O Secretário de Estado do Vaticano declarou ainda ser esta viagem do Papa Francisco à Turquia também uma solicitude para com a Igreja local para reiterar o valor da presença dos cristãos na Turquia e na região, afirmando que, apesar das dificuldades, a Igreja católica está comprometida no diálogo com o Islão.