O presidente cessante da CEAST Dom Gabriel Mbilingue começou por saudar os presentes em especial sua Excelência Reverendíssima o senhor Dom Petar Rajic, Núncio Apostólico e que mais uma vez apresentou as boas-vindas em nome de toda a conferencia episcopal e desejou êxitos na sua missão em Angola e São Tomé.
O prelado de seguida leu o discurso de abertura, “A Plenária acontece a poucos dias do 40º aniversário da Independência Nacional. Há 40 anos os Angolanos, nos vários níveis de actuação, conquistaram a sua soberania política e económica e a têm mantido ao longo destes 40 anos. Damos graças a Deus pelos homens e mulheres, militares ou civis, religiosos, intelectuais ou não que deram o melhor de si para o alcance da independência de Angola.
Dom Mbilingue não deixou de referenciar os 40 anos da independência” é idade de maturidade. È tempo de reflexão e avaliação do percurso e, em função disso, corrigir o que fizemos mal e potenciar o bem e, assim, olhar para o futuro com esperança. As alegrias/luzes são muitas e os desafios/sombras também: a consolidação da paz (após a dolorosa e odiosa guerra civil depois da independência), a reconciliação nacional, a implementação de uma verdadeira democracia, da justiça social (em todos os seus sectores: justiça judicial, economia, cultura, educação, saúde, justiça distributiva, etc), a promoção das liberdades e dos direitos dos cidadãos para que os frutos da independência nacional, conquistada com tanto sacrifício de muitos dos melhores filhos e filhas de Angola, cheguem a todos estes sectores e a todos os Angolanos sem excepção e não apenas a um reduzido número de angolanos que se consideram privilegiados.
A reconstrução das infra-estruturas físicas como as estradas que ligam o País mas ainda não ligam os corações de todos os Angolanos, ainda não anularam as assimetrias.
A Igreja foi assumindo um rosto cada vez mais angolano ao longo dos 40 anos de independência: várias novas dioceses criadas, com pastores angolanos, mais sacerdotes, religiosos e religiosas angolanos, novos seminários e novas comunidades de formação à vida consagrada, maior consciência da vocação e missão dos leigos na Igreja e na sociedade, através dos vários movimentos do apostolado laical. Apesar de vários obstáculos que teve de enfrentar a Igreja nunca baixou os braços no desempenho da sua vocação e missão na promoção da dignidade humana dos angolanos.
A CEAST associa-se às celebrações: mesa redonda, conferência internacional, mensagem pastoral, sobretudo a oração a Deus pedindo-Lhe bênção para o bem espiritual, moral e material do País”.
Dom Mbinlingue referiu-se ainda a alguns acontecimentos que tiveram lugar desde a nossa última Assembleia de Março no Lwena,” Temos um novo Núncio Apostólico.
A Igreja Católica acaba de encerrar o Sínodo sobre a Família que sabemos ser a base da sociedade e da Igreja, instituição hoje muito atacada e está a viver uma crise sem precedentes.
Continuamos a viver o Ano da Vida Consagrada a encerrar em Fevereiro de 2016. A 08 de Dezembro de 2015 terá lugar a abertura do Ano extraordinário da Misericórdia instituído pelo Papa Francisco, seguida da abertura nas nossas dioceses. A celebração do Ano da Misericórdia será, certamente, uma excelente ocasião para a reconciliação nacional e continental que nos deve ser muito cara na nossa acção pastoral. A Carta Encíclica do Papa Francisco “Laudato si’(Louvado sejas) sobre o cuidado da casa comum”, primeiro documento magisterial papal inteiramente dedicado à ecologia. A questão ambiental sabemos ser um dos quebra-cabeças de todos os habitantes do planeta na hora actual, e deverá empenhar-nos mais numa pastoral sobre a ecologia…
A nível do País, tivemos a realização do II Congresso Nacional do Laicado Católico no passado mês de Junho. A celebração das primeiras Jornadas Nacionais da Juventude Católica de Angola em Julho.
A preparação para a vivência do I Congresso Eucarística Nacional com que encerraremos, em 2016, os 150 anos da segunda fase da Evangelização de Angola conheceu a sua abertura nas Dioceses no mês de Agosto.
Damos graças a Deus pelas celebrações jubilares dos 75 anos das Arquidioceses de Luanda e Huambo e da Diocese do Kuito-Bié e dos 40 anos da criação das Dioceses de Saurimo, Sumbe, Ondjiva e Menongue, bem como dos nossos Arcebispos e Bispos jubilados”.
O prelado não deixou de falar de outros assuntos agendados pela igreja católica, “ destaco a preparação imediata da Assembleia Plenária do SECAM (Simpósio das Conferências Episcopais de África e Madagáscar) a realizar-se, pela primeira vez, no nosso País, em Julho de 2016. A aprovação da mensagem do terceiro e último ano do triénio pastoral da CEAST (2014 – 2016) com o tema: “A Paróquia, centro da irradiação da Nova Evangelização”.
Para finalizar Dom Gabriel Mbilingue, presidente cessante da CEAST e Arcebispo do Lubango, adiantou, “ Esta é uma Assembleia Plenária electiva. Agradeço a confiança e sobretudo a colaboração que recebi de todos os Bispos da CEAST, particularmente do Conselho de presidência e do Comité permanente ao longo destes dois mandatos. Espero que a nova direcção da CEAST, a ser eleita, leve a bom porto a difícil mas nobre missão da Igreja em Angola nos próximos decénios.
Com estas considerações declaro aberta a II Assembleia Plenária da CEAST 2015. Obrigado pela vossa atenção”.
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