Igreja angolana presente conferência internacional da pastoral da saúde em Roma

Igreja angolana presente conferência internacional da pastoral da saúde em Roma

O encontro teve início esta Quinta- feira 19 e vai decorrer até ao dia 21, e vai coincidir este ano, com o vigésimo aniversário da publicação da Encíclica “Evangelium Vitae” do Papa João Paulo II.

O aumento das doenças ligadas à poluição ambiental estará no centro da Conferência internacional da Pastoral da Saúde, que decorre no Vaticano.

A iniciativa, intitulada ‘A cultura da saúde e do acolhimento ao serviço do homem e do planeta’ é do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde da Santa Sé.

A igreja angolana estará representada com uma delegação de sete membros chefiada pelo Arcebispo emérito do Huambo Dom Francisco Viti que em entrevista a Ecclesia ressaltou a importância da realização do evento.

A defesa da vida humana será um dos grandes aspectos a ser defendido pelos representantes angolanos a este encontro internacional realçou Dom Viti.

E o Papa Francisco, recebeu ao meio dia desta Quinta-feira 19, na Sala Régia do Vaticano os cerca de 550 participantes na XXX Conferência Internacional promovida anualmente pelo Conselho Pontifício para os Operadores da Saúde, desta vez sobre o tema:  “A Cultura da Saúde e do Acolhimento ao serviço do Homem e do Planeta”.

Francisco recordou que o respeito e o amor pela vida encontram uma actuação insubstituível no cuidado e no fazer-se próximo dos que sofrem no corpo e no espírito: acções que caracterizam, aliás, a pastoral da saúde. Atitudes e acções que a Igreja porá, de modo especial em acto, durante o Jubileu da Misericórdia, disse o Papa fazendo notar que  Evangelium Vitae dá-nos os elementos constitutivos da “cultura da saúde” ou seja acolhimento, compaixão, compreensão, perdão. Estas eram as atitudes habituais de Jesus perante a multidão de todos os tipos de necessitados e são também aquilo que a encíclica define de “exigências positivas” do mandamento da inviolabilidade da vida e que ainda hoje devem caracterizar a pastoral da saúde – disse o Papa Francisco.

O Papa deteve-se depois sobre o significado de “fazer-se próximo do outro”, ou seja ultrapassar todas as barreiras de nacionalidade, classe social, religião, precisamente como ensina o bom samaritano. Ultrapassar a cultura do aceitar ou recusar o ser humano com base em critérios de utilidade social e económico. Algo que o Papa compara com a chamada “medicina dos desejos”, o hábito de procurar a todo o custo a perfeição física, na ilusão da juventude eterna. Isto leva a descartar quem não é considerado “eficiente” – disse.

Fazer-se próximo, continuou o Papa , citando a sua encíclica “Laudato Si”, comporta também assumir responsabilidades inadiáveis em relação à Criação, à “casa comum”. A Igreja deseja que todos sejam educados a “proteger” e a “Administrar” a Criação no seu conjunto. Esta conversão do coração ao “Evangelho da Criação” requer que sejamos interpretes do grito pela dignidade humana que vem dos mais pobres, doentes, dos que sofrem e que na eminência do Jubileu, este grito possa transformar-se em gestos concretos de misericórdia.

O Papa terminou exprimindo o desejo de que ao longo dos debates e aprofundamentos destes três dias, sejam levados em consideração os aspectos ambientais nas suas relações com a saúde física, psíquica, espiritual e social da pessoa humana e se possa assim contribuir para a um novo desenvolvimento da cultura da saúde em sentido integral.