O Papa denunciou este Domingo no Vaticano a “dramática” crise humana provocada pelo conflito na Síria e apelou à “generosidade” da comunidade internacional em favor da população civil atingida pela guerra.
“Sigo com grande preocupação o dramático destino das populações civis envolvidas nos violentos combates na minha amada Síria e forçadas a abandonar tudo para fugir aos horrores da guerra”, disse, após a recitação da oração do ângelus, desde a janela do apartamento pontifício.
A intervenção acontece depois de nos últimos dias várias notícias terem dado conta da fuga de milhares de sírios que terão sido travados junto à fronteira com a Turquia depois de escaparem de um ataque russo a Alepo, no norte da Síria.
Francisco pediu “generosidade e solidariedade” para que chegue às populações atingidas pelo conflito “a ajuda necessária para assegurar a sua sobrevivência e dignidade”.
“Apelo à comunidade internacional para que não poupe esforços para reunir urgentemente à mesa das negociações as partes em causa”, acrescentou.
Segundo o Papa, “só uma solução política do conflito será capaz de garantir um futuro de reconciliação e de paz” para a Síria, que apresentou como “um país martirizado e querido” para si.
Nesse sentido, convidou a “rezar muito” pelo fim da guerra e recitou uma Avé-Maria, juntamente com os peregrinos reunidos na Praça de São Pedro pela “querida Síria”.
O governo de Damasco já ameaçou a Turquia e a Arábia Saudita, apoiantes das forças rebeldes, depois de ter sido adiantada a hipótese de estes países enviarem tropas para a Síria.
O grupo de oposição apoiado pela Arábia Saudita saiu das negociações em Genebra na quarta-feira, após o enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, ter anunciado que as negociações sírias seriam suspensas por três semanas.
Já na quinta-feira, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou que os países reunidos em Londres numa conferência de doadores para a Síria, entre os quais Portugal, prometeram mais de 10 mil milhões de dólares (nove mil milhões de euros) de ajuda humanitária até 2020.
A guerra na Síria, iniciada em Março de 2011, já fez mais de 260 mil mortos, 13 milhões de deslocados internos e 4,6 milhões de refugiados, a maioria deles acolhidos nos países vizinhos – Turquia, Jordânia, Líbano e Iraque.