O Papa recebeu esta Quinta-feira em audiência o primeiro-ministro timorense, Rui Maria de Araújo, acompanhada pela sua mulher e uma delegação, anunciou a sala de imprensa da Santa Sé.
O chefe de Governo de Timor Leste levou o documento que ratifica a Concordata entre o país lusófono e a Santa Sé, assinada em Díli em Agosto de 2015, último passo para que o acordo internacional entre em vigor.
Segundo explica o Governo timorense na sua página oficial, o texto foi ratificado a 26 de Outubro pelo Parlamento Nacional.
Rui Araújo é acompanhado na viagem a Roma pelo vice-presidente do Parlamento Nacional, Adérito Hugo da Costa, e pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Roberto Soares.
O documento jurídico que define as relações da República Democrática de Timor-Leste com a Santa Sé teve em consideração o “papel histórico e actual desempenhado pela Igreja Católica na vida da nação para o desenvolvimento da pessoa humana”, referiu o Vaticano, aquando da assinatura do mesmo, no âmbito das comemorações dos 500 anos de evangelização deste país lusófono.
O porta-voz do VI Governo Constitucional timorense e ministro de Estado, Agio Pereira, considera que "a entrega pessoal pelo primeiro-ministro do acordo com a Santa Sé, assinado e ratificado, e o encontro com sua santidade o Papa Francisco é o caminho adequado para concluir o longo processo deste importante acordo".
"Esta viagem reconhece o papel central da Igreja na nossa sociedade, na nossa história e na nossa libertação e dá expressão à nossa profunda e afectuosa relação com o Vaticano", acrescenta.
A Concordata define e garante o estatuto jurídico da Igreja Católica e regula diversas áreas, como o matrimónio canónico; locais de culto; as instituições católicas de ensino e educação; o ensino da religião nas escolas.
O acordo que contempla ainda áreas como actividades de cuidados de caridade da Igreja, cuidado pastoral nas forças armadas e nas instituições penais e hospitais, e o regime de propriedade e impostos.
Em representação da Santa Sé, o tratado foi assinado em Díli pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin; a representar Timor-Leste esteve o seu primeiro-ministro.