Papa termina visita apostólica a arménia com apelos ao perdão e a reconciliação

Papa termina visita apostólica a arménia com apelos ao perdão e a reconciliação

O Papa Francisco concluiu a sua Viagem Apostólica à Arménia na tarde deste Domingo, 26 de Junho depois de uma jornada plena que iniciou às 7.30 de manhã e se concluiu às 18.30 horas locais com a descolagem do aeroporto de Yerevan, sendo a chegada ao aeroporto romano de Ciampino prevista para as 20,30 horas locais de Roma.

De sublinhar que Francisco concluiu a sua visita apostólica no Mosteiro de Khor Virap, tendo oferecido à comunidade do mosteiro, uma lâmpada de prata constituída por uma cruz armena e pela representação do lugar onde S. Gregório, o Iluminador, viveu durante a sua prisão antes da conversão do Rei Tiridate III

“Estou feliz por ter visitado a Arménia, primeiro país a abraçar a fé cristã, e agradeço a todos pelo acolhimento”. Esta, é a mensagem que o Papa Francisco enviou esta tarde à sua conta tweeter @pontífex, para precisamente se despedir do povo arménio que lhe acolheu nestes dias com tanta alegria e esperança cristã.

Já no avião falando a imprensa o Papa explicou que usou a palavra “genocídio” para se referir à morte de centenas de milhares de pessoas na Arménia, há 100 anos, sem qualquer “espírito ofensivo” em relação à Turquia.

“Na Argentina, quando se falava do extermínio arménio, usava-se sempre a palavra genocídio”, referiu Francisco aos jornalistas, durante o voo de regresso a Roma, desde Erevan, após uma visita de três dias à Arménia.

O Papa disse que sempre falou em “três genocídios” no arco das duas Guerras Mundiais, no século XX: “o arménio, o de Hitler e o de Estaline”.

O vice-primeiro-ministro da Turquia disse este sábado que as declarações do Papa a condenar o “genocídio” arménio tinham sido infelizes e revelavam uma “mentalidade de Cruzada”.

A reacção surgiu depois de Francisco ter dito esta sexta-feira, em Erevan, capital da Arménia, que as mortes de centenas de milhares de pessoas há 100 anos, às mãos do Império Otomano, foi um “genocídio” que deu início aos “massacres” do século XX.

O Papa recordou aos jornalistas que já em 2015 tinha citado uma declaração de João Paulo II (2001) que usava a palavra “genocídio”, o que provocou então uma reacção do governo turco, que chamou a Ancara o seu embaixador junto da Santa Sé, entretanto regressado.

“Todos têm o direito ao protesto”, assinalou.

Francisco reconheceu que a palavra “genocídio” não estava no discurso preparado para o Palácio Presidencial de Erevan, na sexta-feira.

“Depois de ter ouvido o tom do presidente arménio, no entanto, e pela minha utilização da palavra, teria soado muito estranho não dizer o mesmo que disse no ano passado”, realçou.

Para o Papa, o fundamental é fazer uma “pergunta histórica” em relação aos três genocídios a que se refere: “Porque é que não fizeram nada?”.

Francisco manifestou a sua intenção de rezar em silêncio no campo de concentração de Auschwitz, que vai visitar em Julho, considerando-o “um lugar de horror”.

“Sozinho, entrar e rezar para que o Senhor me dê a graça de chorar”, adiantou.

Esta décima quarta viagem apostólica de Francisco foi uma autêntica peregrinação marcada pelo empenho ecuménico e pelo esforço de Roma e Arménia em caminharem juntos rumo à plena união.