Este ano foram 25 provenientes da França, do Equador, dos Estados Unidos da América, das Antilhas, da Itália, da Espanha, da Bélgica, da Turquia, de Cuba, do México, da Polónia, das Ilhas Salomão, de Mianmar e do Benin. De língua portuguesa foi imposto o pálio a quatro arcebispos brasileiros: D. Roque Paloschi, de Porto Velho (Rondônia), D. Zanoni Demettino Castro, de Feira de Santana (Bahia), D. Rodolfo Luís Weber, de Passo Fundo (Rio Grande do Sul), D. Darci José Nicioli, C.SS.R. de Diamantina (Minas Gerais).
Na sua homilia o Papa falou do binómio fechamento/abertura do qual vem o símbolo das chaves de S. Pedro. Francisco recordou que “Jesus promete a Simão Pedro para que ele possa, sem dúvida, abrir às pessoas a entrada no Reino dos Céus, e não fechá-la como faziam alguns escribas e fariseus hipócritas que Jesus censura” – observou o Santo Padre.
A leitura dos Actos dos Apóstolos no seu capítulo 12 “apresenta-nos três fechamentos: o de Pedro na prisão; o da comunidade reunida em oração; e o da casa de Maria, mãe de João chamado Marcos, a cuja porta foi bater Pedro depois de ter sido libertado”. E a via de saída é a oração:
“No que diz respeito aos fechamentos a oração é a via de saída principal; é a via de saída para a comunidade, que corre o risco de se fechar em si mesma por causa da perseguição e do medo; via de saída para Pedro que, já no início da missão que o Senhor lhe confiara, é lançado na prisão por Herodes e corre o risco de ser condenado à morte. Enquanto Pedro estava na prisão, «a Igreja orava a Deus, instantaneamente, por ele» (At 12, 5). E o Senhor responde à oração com o envio do seu anjo para o libertar, «arrancando-o das mãos de Herodes» (cf. v. 11). A oração, como humilde entrega a Deus e à sua santa vontade, é sempre a via de saída dos nossos fechamentos pessoais e comunitários.”
Também Paulo ao escrever a Timóteo “fala da sua experiência de libertação, de saída do perigo de ser ele também condenado à morte; mas o Senhor esteve ao seu lado e deu-lhe força para poder levar a bom termo a sua obra de evangelização dos gentios” – afirmou Francisco.
Na homilia do Santo Padre importante referência para o percurso de fé de Pedro, o pescador galileu, envolvido num caminho longo e duro no qual foi decisiva a “oração de Jesus” e o Seu olhar após Pedro O ter negado três vezes, “um olhar que toca o coração e liberta as lágrimas do arrependimento” – disse o Papa.
No final da sua homilia importante referência de Francisco para a casa onde procura guarida Pedro após a libertação da “prisão de Herodes”. Segundo o Evangelho de Lucas estavam ali «numerosos fiéis estavam reunidos a orar». Assim, a “oração permite que a graça abra uma via de saída: do fechamento à abertura, do medo à coragem, da tristeza à alegria.”
E o Papa Francisco acrescentou ainda que a oração leva-nos da divisão à unidade, tendo aproveitado para saudar os “irmãos da Delegação enviada pelo amado Patriarca Ecuménico Bartolomeu para participar na festa dos Santos Padroeiros de Roma. Uma festa de comunhão para toda a Igreja, como põe em evidência também a presença dos Arcebispos Metropolitas que vieram para a bênção dos Pálios, que lhes serão impostos pelos meus Representantes nas respectivas Sedes” – declarou o Santo Padre.
Recordemos que o pálio é produzido com lã branca, com cerca de 5cm de largura e dois apêndices – um na frente e outro nas costas. Possui seis cruzes bordadas em lã preta. É confeccionado pelas monjas beneditinas do Mosteiro de Santa Cecília, em Roma, utilizando a lã de dois cordeiros que são oferecidos ao Papa no dia 21 de Janeiro de cada ano na Solenidade de Santa Inês.
O uso do pálio, que nos primeiros séculos do Cristianismo era exclusivo dos Papas, passou a ser usado pelos Metropolitanos a partir do século VI, tradição que perdura até aos nossos dias. O pálio é símbolo do serviço e da promoção da comunhão na própria Província Eclesiástica e na sua comunhão com a Sé Apostólica.