O Papa Francisco instituiu nesta Quarta-feira um novo organismo da Santa Sé para os leigos, a família e a vida, em substituição dos antigos conselhos pontifícios que tratavam separadamente dessas áreas pastorais.
“A Igreja tem procurado sempre cuidar dos leigos, das famílias e da vida, manifestando o amor de Deus misericordioso por toda a humanidade. Em particular, as nossas atenções estão centradas naqueles que precisam de suporte e de ajuda, para que sejam testemunhas ativas do Evangelho no nosso tempo e expressão da bondade do Redentor”, pode ler-se na carta apostólica que determina a mudança.
O novo dicastério da Cúria Romana, que inicia funções a partir do dia 01 de Setembro, vai ser presidido por D. Kevin Farrell, actual bispo de Dallas, nos Estados Unidos da América.
A criação deste novo organismo tinha sido anunciada pelo Papa argentino em Outubro de 2015, durante o último Sínodo dos Bispos em Roma, que foi dedicado à temática da Família.
Já em Junho deste ano, Francisco aprovou os estatutos desta estrutura, que será “competente nos assuntos que são pertinentes à Sé Apostólica para a promoção da vida e do apostolado dos leigos, para a pastoral da família e da sua missão, de acordo com o plano de Deus e para a protecção e apoio da vida humana”.
Segundo o articulado deste mais recente dicastério, além de um prefeito (o já referido D. Kevin Farrell) a sua estrutura incluirá também um secretário que poderá ser leigo, e mais três subsecretários leigos.
Será ainda escolhido um número apropriado de oficiais, clérigos e leigos provenientes, dentro do possível, de várias regiões do mundo “de modo a que reflicta a natureza universal da Igreja”, segundo as normas da Cúria Romana, homens e mulheres, solteiros e casados, envolvidos em vários domínios de actividades.
A secção dedicada aos “Leigos” deverá “animar e incentivar a promoção da vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo” promovendo nos fiéis leigos a consciência de corresponsabilidade para “a vida e missão da Igreja” recebido no Baptismo.
Quanto à área da “Família”, ela será chamada a discernir os “sinais dos tempos” para melhorar as oportunidades para a família “lidar com confiança e sabedoria do Evangelho aos desafios” da sociedade actual.
Vai oferecer, por exemplo, directrizes para programas pastorais para as famílias na educação dos jovens na fé, na Igreja e na sociedade, “especialmente atentos aos pobres e marginalizados” e “promove a abertura” das famílias à “adopção, guarda de menores e o cuidado dos idosos”.
No que diz respeito ao sector da “Vida”, os estatutos assinalam que a partir da doutrina moral católica e do Magistério dos estudos da Igreja, deverá ser promovida “a educação sobre os principais problemas de biomedicina”, e da legislação relativa à vida humana.