Quarta-feira, 23 de Novembro: audiência geral com o Papa Francisco na Sala Paulo VI, a primeira após o Jubileu da Misericórdia. O Papa Francisco a isto se referiu logo no início dizendo: “Terminado o Jubileu, hoje voltamos à normalidade, mas faremos ainda algumas reflexões sobre as obras de misericórdia”.
Desta forma, o Santo Padre propôs uma catequese sobre duas obras de misericórdia espiritual: ensinar os ignorantes e dar bom conselho. Sobre a primeira, o Papa referiu as crianças que ainda sofrem de analfabetismo e de falta de instrução e recordou que a “Igreja ao longo dos séculos, sentiu a exigência de se empenhar no âmbito da instrução porque a sua missão de evangelização comporta o empenho de restituir a dignidade aos mais pobres”.
Desde a «escola» fundada em Roma por S. Justino, no século II, para que os cristãos conhecessem melhor a Sagrada Escritura até S. José Calasâncio que abriu as primeiras escolas populares gratuitas da Europa, temos uma longa série de pioneiros da instrução que compreenderam bem esta obra de misericórdia e dela fizeram um estilo de vida tal que transformou a própria sociedade – salientou Francisco que pediu um aplauso para todos os cristãos que se empenharam e empenham nesta “peculiar forma de evangelização” que é a instrução.
A propósito da segunda obra de misericórdia espiritual apresentada, dar bom conselho, o Santo Padre disse que esta tem como objectivo ajudar a pessoa confusa, indecisa, duvidosa. É um ato de verdadeiro amor pelo qual se ampara e apoia a pessoa na fragilidade da sua incerteza e hesitação. “Neste sentido positivo, é bom que nos interroguemos sobre a nossa fé, porque assim somos levados a aprofundá-la” – afirmou Francisco que considerou que as dúvidas devem ser, no entanto, superadas.
No final da sua catequese o Papa assinalou o valor da catequese e também o caminho de fazer da fé não uma teoria abstracta onde as dúvidas se multiplicam, mas uma vida, procurando pô-la em prática no serviço aos nossos irmãos, sobretudo aos mais necessitados.
Nas saudações o Santo Padre dirigiu-se aos peregrinos de língua portuguesa, em particular, os fiéis brasileiros de Araguari, Lorena e Manaus confiando-os à Virgem Maria.
No final da audiência geral o Papa Francisco recordou que não obstante tenha terminado o Jubileu da Misericórdia, “não se fechou, contudo, o coração misericordioso de Deus para nós pecadores”. Que este Ano Santo “fique em nós como permanente inspiração à caridade para com os outros” – afirmou. O Santo Padre exortou os fiéis a não pararem de “cumprir sempre as obras de misericórdia corporais e espirituais”.
O Papa Francisco a todos deu a sua bênção.