O Papa apontou este sábado, na missa de encerramento do jubileu dos 800 anos da fundação da Ordem dos Pregadores (Dominicanos), o exemplo que dão nesta “sociedade líquida” criando “artesãos de boas obras”.
Francisco referiu na sua homilia que a “tendência à busca de novidade, própria do ser humano, encontra o ambiente perfeito na sociedade do aparecer, no consumo, na qual muitas vezes se reciclam coisas velhas, mas o importante é fazê-las aparecer como novas, atraentes, cativantes”.
“Nós nos movemos na chamada "sociedade líquida", sem pontos fixos, desequilibrada, sem referências sólidas e estáveis; na cultura do efémero, do usa e joga fora”, acrescentou na celebração na Basílica São João de Latrão.
Francisco perante a situação que designou de “carnaval mundano” apresentou as boas obras daqueles que, tornando-se discípulos de Jesus, tornaram-se "sal" e "luz".
“Hoje damos glória ao Pai pela obra que São Domingos, cheio da luz e sal de Cristo, realizou oitocentos anos atrás; uma obra a serviço do Evangelho, pregado com a palavra e com a vida; uma obra que, com a graça do Espírito Santo, fez com que muitos homens e mulheres fossem ajudados a não se perderem no meio do "carnaval" da curiosidade mundana, mas, ao invés sentissem o sabor da sã doutrina, o sabor do Evangelho, e se tornassem, por sua vez, luz e sal, artesãos de boas obras ... e verdadeiros irmãos e irmãs que glorificam a Deus e ensinam a glorificar a Deus com as boas obras da vida”, concluiu.
Foi neste dia há 800 anos, 21 de Janeiro de 1217, que São Domingos de Gusmão recebeu do Papa Honório III a Bula Gratiarum Largitori Omnium, na qual, pela primeira vez, se fala de “Ordem dos Pregadores”. Precisamente o aniversário deste documento papal foi escolhido como data para a conclusão do Jubileu Dominicano.