Nesta Quinta-feira Santa, primeiro dia do Tríduo Pascal, o Papa Francisco celebrou a missa do Crisma na Basílica de São Pedro.
No dia em que a Igreja recorda a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio, a homilia do Papa começou precisamente com a afirmação que “assim como o Senhor foi ungido pelo Espírito, os sacerdotes, ungidos em seus pecados com o óleo do perdão e no seu carisma com o óleo da missão, devem ungir os outros”.
E como Jesus – continuou o Papa – o sacerdote torna jubiloso o anúncio com toda a sua pessoa. “Com a Palavra com que o Senhor o tocou, deve fazê-lo com a alegria que toca o coração do seu povo!”. Para o Pontífice, o anúncio da Boa Nova contém algo que compreende em si a alegria do Evangelho, porque é jubilosa em si mesma.
O Papa especificou ainda que as três graças do Evangelho: a sua Verdade– não negociável –, a sua Misericórdia – incondicional com todos os pecadores – e a sua Alegria – íntima e inclusiva, não podem ser separadas.
“Nunca a verdade da Boa-Nova poderá ser apenas uma verdade abstracta; nunca a misericórdia da Boa-Nova poderá ser uma falsa compaixão, que deixa o pecador na sua miséria, não lhe dando a mão para se levantar; e enfim, nunca a Boa-Nova poderá ser triste ou neutra, porque é expressão de uma alegria inteiramente pessoal: ‘a alegria dum Pai que não quer que se perca nenhum dos seus pequeninos’”.
Em seguida, o Papa apresentou aos sacerdotes “três ícones de odres novos em que a Boa-Nova se conserva bem”:
O primeiro são as talhas de pedra das bodas de Caná, que bem espelham o Odre perfeito que é Nossa Senhora, a Virgem Maria; o segundo é o cântaro que a Samaritana trazia à cabeça, que expressa uma questão essencial: ser concreto. E o terceiro ícone da Boa-Nova é o Odre imenso do Coração trespassado do Senhor: integridade suave, humilde e pobre, que atrai todos a Si.
“Dele devemos aprender que, anunciar uma grande alegria àqueles que são muito pobres, só se pode fazer de forma respeitosa e humilde, até à humilhação. A evangelização não pode ser presunçosa. Não pode ser rígida a integridade da verdade. Esta integridade suave dá alegria aos pobres e reanima os pecadores”, concluiu o Pontífice.