O Papa Francisco fez hoje um “apelo urgente” ao diálogo na Venezuela, convidando Governo e oposição a travar a escalada de violência, que se agravou nos últimos dias.
“Que sejam respeitados os direitos humanos e se procurem soluções negociadas para a grave crise humana, social, política e económica que está a esgotar a população”, pediu, na Praça de São Pedro, antes da recitação da oração do Regina Coeli.
A intervenção aludiu às “dramáticas notícias” que chegam da Venezuela e ao “agravamento dos confrontos, com numerosos mortos, feridos e detidos”.
“Dirijo um urgente apelo ao Governo e a todos os membros da sociedade venezuelana para que seja evitada qualquer nova forma de violência”, disse o Papa.
Um dia depois de, no voo de regresso desde o Cairo, ter admitido o regresso da Santa Sé ao papel de mediador na crise venezuelana, Francisco quis deixar uma palavra de solidariedade com “a dor dos familiares das vítimas”, pelas quais assegurou as suas orações.
A repressão das acções de contestação ao governo do presidente Nicolás Maduro e os actos de vandalismo e pilhagens provocaram a morte de mais de 30 pessoas, centenas de feridos e de detenções, nas últimas semanas.
A Venezuela decidiu sair da Organização dos Estados Americanos, já após o Supremo Tribunal do país ter assumido, no final de Março, os poderes do Parlamento do país, vindo a recuar na decisão após declarações de condenação de várias instituições internacionais.
Além da crise política, o país sul-americano está a braços com uma grave inflação, escassez de alimentos e medicamentos, com a oposição a convocar sucessivas manifestações de protesto nas ruas.
O Papa convidou todos a rezar à Virgem Maria pela “intenção da paz, da reconciliação e da democracia neste querido país”.
“E rezemos por todos os países que atravessam graves dificuldades: penso em particular, nestes dias, na antiga República Jugoslava da Macedónia”, acrescentou.
Francisco quis ainda agradecer pela sua viagem ao Egipto, que decorreu entre sexta-feira e sábado.
“Peço ao Senhor que abençoe todo o povo egípcio, tão acolhedor, as autoridades e os fiéis cristãos e muçulmanos, e que dê a paz a este país”, concluiu.