Antes do Regina Coeli, Francisco fez uma reflexão sobre o significado cristão deste domingo que, em Itália e vários outros países, é dedicado à Ascensão de Jesus ao Céu, 40 dias depois da Páscoa.
O Papa partiu da página bíblica que encerra o Evangelho de São Mateus para descrever a cena da despedida de Jesus dos seus discípulos.
Tudo se passa na Galileia, onde Jesus os tinha convidado a segui-lo e a formar o primeiro núcleo da sua nova comunidade. Depois de ter passado através do “fogo” da paixão e da ressurreição, os discípulos ao ver Jesus prostram-se perante Ele, embora alguns tivessem ainda dúvidas - disse o Papa que acrescentou:
“A essa comunidade temerosa Jesus deixa a imensa tarefa de evangelizar o mundo; e concretiza este encargo com a ordem de ensinar e baptizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” .
A Ascensão de Jesus ao Céu – explicou o Papa – constitui, portanto, o fim da missão que o Filho recebera do Pai e o início da continuação dessa missão pela Igreja. A partir desse momento a missão de Jesus na terra é mediada por aqueles que acreditam nele e O anunciam aos outros. É uma missão que durará até ao fim dos tempos como disse o próprio Jesus.
A presença de Jesus é uma presença que traz fortaleza, conforto, apoio nas situações em que o anúncio do Evangelho comporta dificuldades. A Ascensão recorda precisamente esta assistência de Jesus e do seu Espírito que dão confiança e segurança ao nosso testemunho cristão no mundo. E nos revela-nos porque é que a Igreja existe:
“A Igreja existe para anunciar o Evangelho! Só para isto. E é também alegria da Igreja anunciar o Evangelho. A Igreja somos todos nós baptizados. Hoje somos convidados a compreender melhor que Deus nos deu a grande dignidade e responsabilidade de O anunciar ao mundo, de O tornar acessível à humanidade. Esta é a nossa dignidade, esta é a maior honra de cada um de nós, de todos os baptizados!”
O Papa convidou a reforçarmos, com os olhos elevados ao Céu nesta festa da Ascensão, os nossos passos na terra para continuar, com entusiasmo e coragem, o nosso caminho, a nossa missão de dar testemunho e de viver o Evangelho no nosso meio ambiente. Advertiu, porém, a termos a consciência de que tudo isso não depende em primeiro lugar das nossas forças, capacidade organizativa e recursos humanos, mas sim da luz do Espírito Santo:
“Somente com a luz e a força do Espírito Santo é que podemos desempenhar eficazmente a nossa missão de dar a conhecer e fazer experimentar cada vez mais aos outros o amor e a ternura de Jesus.”
Francisco concluiu pedindo a Nossa Senhora para nos ajudar a contemplar os bens do Céu, que o Senhor nos promete e a tornarmo-nos testemunhos cada vez mais credíveis da sua Ressurreição, da verdadeira Vida.
Depois da oração do Regina Coeli, o Papa exprimiu a sua proximidade ao “caro irmão Papa Tawadros II e a toda a Nação egípcia, que há dois dias foi vítima de mais um acto feroz de violência. As vítimas, entre as quais crianças, são fiéis que se dirigiam a um santuário para rezar, e foram mortos depois de se terem recusado a renegar a sua fé cristã. O Senhor acolha na sua paz estes corajosos testemunhos, estes mártires, e converta o coração dos terroristas.”
Seguidamente, o Papa convidou a “rezar pelas vítimas do horrível atentado de segunda-feira passada em Manchester, onde tantas jovens vidas foram cruelmente interrompidas” .
Francisco declarou-se próximo dos familiares e de quantos choram o desaparecimento dessas vidas.
A seguir Bergoglio recordou que hoje se celebra o Dia Mundial das Comunicações Sociais, sobre o tema “Não temas porque eu estou contigo”.
“Os meios de comunicação social – prosseguiu – dão a possibilidade de partilhar e difundir instantaneamente a notícia de forma capilar. Essas notícias podem ser belas ou tristes, verdadeiras ou falsas; rezemos para que a comunicação, em todas as formas, seja efectivamente construtiva, ao serviço da verdade, recusando os preconceitos, e difunda a esperança e a confiança no nosso tempo”.
A concluir o Papa saudou diversos grupos da Itália e de outros países, presentes na Praça. De entre eles os Missionários Combonianos que estão a comemorar 150 anos de fundação.
Uma menção especial e um encorajamento foi para os representantes das associações de voluntariado que promovem a doação de órgãos, “um acto nobre e meritório” , disse Francisco.
Depois saudou os trabalhadores da cadeia televisiva Mediaset/Roma, desejando que a sua situação de trabalho se possa resolver, tendo como finalidade o verdadeiro bem da empresa e não limitando-se ao mero lucro, mas respeitando os direitos de todas as pessoas envolvidas.
O Papa concluiu a sua alocução dominical recordando a sua visita ontem a Génova e agradecendo aos genoveses.
"Quero concluir com uma grande saudação aos genoveses e uma grande obrigado pelo caloroso acolhimento que me reservaram ontem. Que o Senhor os abençoe abundantemente e Nossa Senhora da Guarda os proteja".