(Fonte: Radio Vaticana) A cultura democrática vai dando passos, embora
timidamente. Em Angola ainda não se realizam eleições com aquela periodicidade
desejável.
Há políticos desejosos de uma verdadeira mudança da situação, mas
outros resistem, são insensíveis e procuram apenas os próprios interesses.
Os
ventos de democracia fazem-se sentir mais na capital do que noutros pontos do
país e com poucos meios de comunicação social.
Verifica-se a falta de uma
verdadeira educação cívica dos cidadãos o que favorece a manipulação. Tudo isto
aliado ao analfabetismo no meio rural torna a situação muito precária. A
consciência crítica das pessoas é fraca.
Para alguns tudo o que é dito pelos
meios de comunicação social é visto como verdadeiro. Deste modo pensa-se que é
urgente que se promova a educação cívica dos cidadãos e se fortaleça a
consciência crítica dos mesmos. Isto significa também promover a defesa da
liberdade de expressão e de opinião como apanágios da democracia e lugares de
desenvolvimento.
Os leigos que militam nas diversas instituições civis, nos
partidos políticos, no Parlamento, são chamados a dar um verdadeiro testemunho
da reconciliação, da justiça e da paz. Por isso, consideramos fundamental
continuar a apostar na formação dos mesmos a todos os níveis.
O continente africano é considerado rico, mas os seus povos continuam pobres.
Algo de positivo está sendo feito para reduzir a pobreza.
Em Angola nota-se um
grande esforço para se sair da pobreza. Foram concebidos grandes e pequenos
projectos para o efeito. Todavia, a diferença entre ricos e pobres continua
enorme. A acumulação de riquezas nas mãos de poucas pessoas é gritante, o que
gera e pode gerar sempre conflitos.
A população dos meios rurais está a ser
atraída pela vida das cidades o que traz consigo vários problemas sociais. A
imigração a partir de países vizinhos está agudizar-se e traz consigo várias
consequências sociais. Existe a questão das terras ocupadas em prejuízo dos
pequenos camponeses, o que tem gerado conflitos.