Pode ser que já não existam líderes individuais que tomam o poder absoluto e se proclamem "presidentes para a vida inteira". Mas vemos sempre mais partidos políticos tomarem o seu lugar. E para citar um exemplo, recordou que 4 países da África Austral, Botswana, Angola, Zimbabwe e Moçambique, desde a libertação foram governados, ou podemos dizer, dominados pelo mesmo partido.
Naturalmente - salientou o arcebispo de Durban - não existe nada de errado
nisto, se o eleitorado lhes confere o mandato livremente. Porém - acrescentou -
alguns sinais indicam, que não é este o quadro.
- Quando um partido assume todo o mérito de ter obtido a libertação;
- Quando afirma ser o único a saber aquilo que as pessoas desejam ou de que
necessitam, mesmo se rejeita perguntá-lo ou eles de ouvi-lo;
- quando obriga com a legislação e impõem políticas que estão claramente contra
a vontade manifestada pelas pessoas;
- quando afirma que quem pensa diferentemente é ipso facto um
contra-revolucionário ou um racista que se opõe às reformas;
então alguma coisa caminha realmente mal.
O golpe de estado está certamente em andamento quando um partido decide ouvir
os próprios aliados ideológicos, ao invés dos pobres e necessitados que
representam a maioria de seus eleitores.
É certamente necessário rezar e trabalhar por um milagre que leve a uma
libertação autêntica e sustentável, não dos colonizadores, mas desta vez da
ditadura de todos os fortes partidos que tomaram o poder com um falso golpe de
estado! - concluiu o arcebispos de Durban o Card. Wilfrid Napier