O Papa Francisco admitiu hoje temer uma guerra nuclear, falando com jornalistas no início da viagem ao Chile e Peru, iniciada esta manhã, em Roma.
“Tenho medo de uma guerra nuclear, estamos no limite”, disse.
“Este perigo existe realmente e eu tenho medo disso, basta um incidente. A partir daí, a situação pode precipitar-se; é preciso eliminar as armas nucleares, trabalhar pelo desarmamento”, acrescentou.
Os jornalistas que acompanham Francisco receberam do porta-voz do Vaticano, Greg Burke, uma pagela com o título ‘O fruto da guerra’, legendando a foto de uma criança japonesa que carrega o seu irmão morto no bombardeamento atómico de Nagasáqui.
A oferta do Papa foi explicada pelo próprio: “É uma imagem que comove mais do que mil palavras”.
O pontífice agradeceu aos jornalistas pelo seu trabalho e evocou os “muitos amigos” do Chile, onde estudou durante um ano.
Francisco iniciou hoje, cerca das 08h55 de Roma (menos uma em Lisboa), a 22 ª viagem internacional do pontificado, com passagens por seis cidades do Chile e Peru, num percurso total de mais de 30 mil quilómetros.
O Chile recebe um Papa mais de 30 anos depois da visita de São João Paulo II, em 1987; o mesmo Papa esteve por duas vezes no Peru: em Fevereiro de 1982 e Maio de 1988.
A chegada ao Aeroporto Internacional de Santiago do Chile está prevista para as 20h10 locais.