O Papa defendeu esta Segunda-feira no Vaticano a necessidade de noticiar acontecimentos que estejam fora dos “grandes centros”, geográficos e económicos, num encontro com jornalistas italianos.
“Muitas vezes, os pontos nevrálgicos da produção de notícias encontram-se nos grandes centros. Mas isso nunca nos deve fazer esquecer as histórias de pessoas que vivem distantes, longe, nas periferias”, declarou perante cerca de 60 membros da delegação do Prémio Internacional de Jornalismo ‘Biagio Agnes’.
Francisco falou em história de “sofrimento e degradação”, bem como de “grande solidariedade que podem ajudar todos a olhar para a realidade de forma renovada”.
O Papa convidou os jornalistas a um compromisso em favor de “uma comunicação que saiba colocar a verdade acima dos interesses pessoais ou de corporações”.
“Estamos a viver uma transformação premente de formas e linguagens da informação. É difícil entrar nesse processo de transformação, mas é cada vez mais necessário se quisermos continuar a ser educadores das novas gerações. Disse que é difícil e acrescento que é necessária uma vigilância sábia”.
O discurso papal destacou três palavras-chave para o jornalismo, “periferias, verdade e esperança”.
“Hoje, num mundo onde tudo é rápido, é cada vez mais urgente recorrer à dolorosa e árdua lei da pesquisa aprofundada, do confronto e, se necessário, também do calar em vez de ferir uma pessoa ou um grupo de pessoas ou deslegitimar um facto”, apelou.