O crescimento do Reino na história – afirma Francisco – não depende tanto “da obra do homem”, mas acima de tudo “é expressão do poder e da bondade de Deus, da força do Espírito Santo que leva em frente a vida cristã no Povo de Deus”:
“Às vezes, a história, com seus acontecimentos e os seus protagonistas, parece ir na direção oposta ao plano do Pai celeste, que deseja para todos os seus filhos a justiça, a fraternidade, a paz. Mas nós somos chamados a viver esses períodos como estações de provação, de esperança e de espera vigilante da colheita”.
O Reino de Deus, ontem como hoje, “cresce no mundo de maneira misteriosa, de maneira surpreendente, revelando o poder escondido da pequena semente, sua vitalidade vitoriosa”. E diante dos mistérios dos acontecimentos pessoais e sociais que parecem “o naufrágio de esperança, devemos permanecer confiantes no agir humilde, mas poderoso de Deus”.:
“Por isto, nos momentos de escuridão e de dificuldades, nós não devemos nos abater, mas permanecer ancorados à fidelidade de Deus, em sua presença, que sempre salva. Recordem disto: Deus sempre salva, é o salvador”.
Francisco explicou então a segunda parábola, a do grão de mostarda ao qual Jesus compara o Reino de Deus. Mesmo sendo uma semente muito pequena, ela “desenvolve-se tanto que se torna a maior de todas as plantas do jardim: um crescimento surpreendente e imprevisível”.
“ Não é fácil para nós entrar nesta lógica da imprevisibilidade de Deus e aceitá-la em nossas vidas. ”
“Mas hoje – disse Francisco - o Senhor nos exorta a uma atitude de fé que supera nossos projectos, os nossos cálculos, as nossas previsões:
“Deus é sempre o Deus das surpresas. O Senhor sempre nos surpreende. É um convite para nos abrirmos com mais generosidade aos planos de Deus, tanto a nível pessoal como comunitário. Em nossas comunidades é preciso dar atenção às pequenas e grandes oportunidades de bem que o Senhor nos dá, deixando-nos envolver em sua dinâmica de amor, de acolhida e de misericórdia para com todos”.
“ A autenticidade da missão da Igreja não é dada pelo sucesso ou pela gratificação dos resultados, mas pelo ir em frente com a coragem da confiança e o humilde abandono em Deus ”
“Ir em frente na confissão de Jesus e com a força do Espírito Santo. É a consciência de ser instrumentos pequenos e fracos, que nas mãos de Deus e com a sua graça podem realizar grandes obras, fazendo progredir o seu Reino que é “justiça, paz e alegria no Espírito Santo”.
"Que a Virgem Maria nos ajude a ser simples, a ser atentos, para colaborar com a nossa fé e com o nosso trabalho no crescimento do Reino de Deus nos corações e na história", disse o Papa Francisco ao concluir sua reflexão.