O Papa apelou este Domingo no Vaticano ao diálogo, em favor da paz, aludindo indirectamente ao conflito entre os EUA e o Irão, ao falar num “terrível ambiente de tensão”.
“Em tantas partes do mundo sente-se um terrível ambiente de tensão. A guerra traz apenas morte e destruição. Peço que todas as partes mantenham acesa a chama do diálogo e do autocontrolo, esconjurando a sombra da inimizade”, declarou, desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação dominical da oração do ângelus.
“Rezemos em silêncio, para que o Senhor nos dê esta graça”, pediu a todos os presentes na Praça de São Pedro.
O general iraniano Qasem Soleimani, comandante da força de elite Al-Quds e considerado como o número 2 do regime de Teerão, foi morto na madrugada desta sexta-feira, num ataque ordenado pelo presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump.
No primeiro domingo de 2020, Francisco renovou os seus votos de “serenidade e paz no Senhor” para o novo ano.
“Lembro ainda o compromisso que assumimos no início do ano, Dia Mundial da Paz: ‘A paz como caminho de esperança – diálogo, reconciliação e conversão ecológica’. Com a graça de Deus, poderemos colocá-lo em prática”, declarou.
No Iraque, o patriarca caldeu (Igreja Católica), D. Louis Raphael Sako, alerta para o risco de o país se tornar “um campo de batalha, em vez de ser uma nação soberana capaz de proteger os seus cidadãos e as suas riquezas”.
Este sábado, o Papa tinha recorrido à sua conta da rede social Twitter para deixar uma mensagem em favor da paz: “Devemos acreditar que o outro tem a nossa mesma necessidade de paz. Não se obtém a paz se não se espera por ela. Peçamos ao Senhor o dom da paz!”.
Na sua reflexão dominical, ao meio-dia de Roma, Francisco convidou os católicos a “contemplar o sinal admirável do presépio”, no tempo litúrgico do Natal que se prolonga até à próxima semana.
“O Evangelho de Cristo não é uma lenda, um mito, uma narrativa edificante, não: é a plena revelação do desígnio de Deus sobre o homem e sobre o mundo”, sustentou.
O Natal, acrescentou, deve levar os cristãos a ser “santos no amor”, na misericórdia com o próximo.