O Papa presidiu esta Segunda-feira, à recitação do ângelus, na solenidade dos padroeiros de Roma, os apóstolos Pedro e Paulo, convidando os católicos a fazer da sua vida “um dom”, a Deus e ao próximo.
“A coisa mais importante na vida é fazer da vida um dom. E isso aplica-se a todos: aos pais em relação aos filhos e aos filhos em relação aos pais idosos (…); aos que são casados e aos que são consagrados; aplica-se a todos os lugares, em casa e no trabalho, a qualquer pessoa próxima de nós”, disse, desde a janela do apartamento pontifícios
Francisco rezou em particular pelos idosos que enfrentam a solidão.
“Tantos idosos que são deixados sós pela família, como se fossem material descartável, permitam-me que o diga. E esse é um drama dos nossos tempos: a solidão dos idosos, a vida dos filhos e netos não se torna um dom para os idosos”, apontou, perante os peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.
Francisco recordou o percurso deste santo, apóstolo de Jesus e o primeiro Papa, que foi salvo da prisão e seria martirizado em Roma, oferecendo a sua vida em nome da fé em Jesus Cristo.
“Deus vê mais longe e convida-nos a ir mais além, a buscar não apenas seus dons, mas Ele próprio; confiar-lhe não apenas problemas, mas também a vida”, indicou.
O Papa destacou que São Pedro “não se tornou um herói por ter sido libertado da prisão, mas por dar a vida”.
“O seu dom transformou um local de execuções no belo local de esperança em que nos encontramos”, acrescentou.
Neste contexto, o pontífice recordou os mártires cristãos que “foram decapitados, queimados vivos, mortos, especialmente no tempo do imperador Nero, precisamente neste terreno”, onde se encontra a Praça de São Pedro.
“Esta é uma terra ensanguentada pelos nossos irmãos cristãos. Amanhã celebraremos a sua comemoração”, afirmou.
Francisco sustentou que, no percurso de São Pedro e também de São Paulo, que se “ofereceu completamente ao Evangelho”, está o segredo de uma “vida feliz”.
“Reconhecer Jesus, mas Jesus como um Deus vivo. Porque não importa saber que Jesus foi grande na história, não importa só apreciar o que Ele disse ou fez: importa o lugar que eu lhe dou na minha vida”, apontou.
Após a oração, o Papa, bispo de Roma, dirigiu uma saudação a todos os que vivem na cidade, rezando para que “cada pessoa possa viver com dignidade e encontrar o feliz testemunho do Evangelho”.
Francisco recordou que nesta data é tradição a visita de uma delegação do Patriarcado Ecuménico de Constantinopla (Igreja Ortodoxa), que este ano não foi possível devido à pandemia, enviando “um abraço espiritual” ao patriarca Bartolomeu.