O presidente do Tribunal da Cidade do Vaticano marcou hoje o início do julgamento do caso de fuga de documentos reservados, pertencentes ao Papa, para o próximo dia 29.
A primeira audiência do antigo mordomo do Papa, Paolo Gabriele, e de um técnico informático da Secretaria de Estado da Santa Sé, Claudio Sciarpelletti, vai decorrer a partir das 09h30 locais (menos uma em Lisboa), revelou o portal de notícias do Vaticano.
Os dois suspeitos foram enviados para julgamento no dia 13 de agosto, na sequência de investigações sobre o furto e divulgação de documentos reservados, um caso conhecido como ‘Vatileaks’.
Paolo Gabriele, de 46 anos, vai ser julgado por furto agravado de documentos provenientes do apartamento papal.
O mordomo, detido a 23 de maio, declarou que desviou e fotocopiou documentos pertencentes à Santa Sé e os enviou ao jornalista italiano Gianluigi Nuzzi, na convicção de estar a prestar um serviço ao Papa.
O colaborador afirmou que agiu sozinho e que não recebeu dinheiro nem outros benefícios em troca dos documentos.
No apartamento de Paolo Gabriele foi encontrado um cheque de cem mil euros dirigido ao Papa, além dos documentos reservados e objetos de valor oferecidos a Bento XVI.
Paolo Gabriele foi submetido a duas avaliações psiquiátricas que obtiveram resultados opostos: a primeira, que a Justiça do Vaticano adotou, concluiu que as fragilidades psicológicas, do antigo mordomo, não anulam "a consciência e a liberdade" dos seus atos.
Claudio Sciarpelletti, de 48 anos, preso a 25 de maio e colocado em liberdade condicional no dia seguinte, vai ser agora julgado por “favorecimento”.
AE