A Igreja Católica no Mali está a ajudar as populações afetadas pelos confrontos entre os islamitas que se instalaram no norte do país e o exército maliano, ajudado por tropas francesas.
O padre Edmond Dembele, secretário da Conferência Episcopal do Mali, disse à Agência Fides, do Vaticano, que a Igreja está junto da população de Mopti [área de combates] e que nos próximos dias “haverá uma reunião da Conferência Episcopal durante a qual serão tomadas medidas para melhor coordenar os esforços humanitários” na região.
Militares franceses e africanos estão desde sexta-feira a apoiar o exército do Mali numa contraofensiva no centro do país para impedir o avanço dos islamitas para sul.
"A população maliana sente-se confortada pela presença dos militares franceses. Depois de os grupos jihadistas terem tomado a cidade de Konna, a 10 de janeiro, os malianos sustiveram a respiração, temendo que a ofensiva rebelde chegasse ao sul", refere o padre Dembele.
Os grupos Al-Qaeda do Magrebe Islâmico (Aqmi), Ansar Dine e Movimento para a Unidade e da Jihad no Oeste Africano (Mujao) tomaram o norte do Mali em abril de 2012 com o objetivo de impor a ‘sharia’ (lei islâmica), expulsando os tuaregues independentistas.
Segundo o secretário do episcopado católico maliano, “mesmo as populações do norte, ocupado pelos rebeldes, olham com esperança para as operações militares, ainda que estejam preocupados com os bombardeamentos e não saibam qual será a reação dos jihadistas”.
O padre Edmond Dembele estima que a ofensiva terrestre seja conduzida tropas do Mali juntamente com as da CEDEAO (Comunidade dos Estados do Oeste da África), frisando que os civis “procuraram fugir da zona de combate, mas apenas alguns conseguiram fazê-lo".
O Mali tem mais de 13 milhões de habitantes, entre os quais se incluem cerca de 330 mil católicos; os muçulmanos representam mais de 85% da população.