A perseguição da Igreja coincide com a sua primeira expansão, disse esta manhã o Papa Francisco.
O Papa celebrou esta terça-feira missa na Capela Paulina, no Vaticano, acompanhado de vários cardeais que vivem e trabalham em Roma. No início da celebração o cardeal Angelo Sodano, decano do Colégio Cardinalício, felicitou o Papa, invocando sobre ele o dom da fortaleza e lembrando todos os que são perseguidos pela fé.
No dia 23 de Abril comemora-se São Jorge, o santo do nome de baptismo do Papa, Jorge Maria Bergoglio.
O Papa manteve o seu hábito de celebrar missa diária pública mas desta feita, por ser uma ocasião especial, fê-lo na Capela Paulina.
Durante a missa o Papa recordou que o primeiro período de expansão da Igreja foi precisamente quando se deu a primeira grande perseguição dos cristãos, em Jerusalém. A fuga de vários discípulos para as regiões circundantes permitiu evangelizar e criar muitas outras igrejas locais.
Francisco realçou também que é apenas na Igreja que se deve procurar Cristo: “A identidade cristã não é um bilhete de identidade. É uma pertença à Igreja, à Igreja mãe porque encontrar Jesus fora da Igreja não é possível. O grande Papa Paulo VI dizia: 'é uma dicotomia absurda querer viver com Jesus sem a Igreja, seguir Jesus fora da Igreja, amar Jesus sem a Igreja'. E é aquela Igreja mãe quem nos dá Jesus: dá-nos a identidade que não é apenas um carimbo é uma pertença.”
A primeira leitura da missa fala do envio de Barnabé de Jerusalém para Antioquia para investigar o facto de alguns “homens de Chipre e Cirene” estarem a pregar o Evangelho naquela cidade. Brincando, o Papa afirmou que esta tinha sido a primeira viagem apostólica e que tinha marcado o início da Congregação para a Doutrina da Fé, encarregue precisamente de analisar o conteúdo do ensinamento católico e evitar a propagação do erro.
Durante a celebração o Papa Francisco utilizou a cruz processional de Bento XVI, sendo que nas celebrações públicas mais recentes tinha recuperado a de Paulo VI, utilizada entretanto por João Paulo II.