"A sociedade civil, as multinacionais e os Estados devem agir juntos por um sistema financeiro orientado ao bem comum", foi o que disse o Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, durante a conferência sobre ética bancaria realizada, nesta segunda-feira, na sede desse organismo, em Roma.
Banqueiros, empresários e economistas concordam que é preciso trabalhar por uma maior distribuição da riqueza, mas sobre as maneiras, as opiniões são divergentes.
O valor da subsidiariedade não é negociável e por isso requer uma maior abertura por parte dos operadores financeiros. Segundo o purpurado, "o conceito de solidariedade europeia está em declínio, pois se afirmam comportamentos nacionalistas míopes que ameaçam o projecto da União Europeia".
"Temos que tentar realmente chegar à raiz da crise. Em nossa opinião, seria ideal começar com a supervisão de um país, do sistema bancário de uma nação", frisou ainda o Cardeal Turkson.
Para o presidente da Uniapac Europa (Organização Internacional de Empresários Cristãos), Burkhard Leffers, "é preciso manter uma política mais rígida e colocar as finanças públicas no lugar, não obstante o risco de tensões sociais". "Se olharmos para trás na história, a dívida pública tem sempre aumentado", disse ele.
Segundo o economista Luigi Becchetti "a Europa precisa perceber que hoje o perigo de inflação na globalização não existe e deve fazer muita oferta de moeda para fazer o dinheiro chegar directamente às famílias e empresas, e não apenas aos bancos".
O objectivo é ajudar os pobres, garantir a paz e o respeito pela Criação. Três conceitos que levaram o Papa a escolher o nome Francisco.