Cuidar da protecção do Papa requer fé e preparação: é o que revela o comandante da Gendarmaria Vaticana, Domenico Giani.
A Gendarmaria é a polícia do Estado Pontifício, que se ocupa em todos os âmbitos da segurança do Estado Vaticano. Como comandante, Giani é o primeiro responsável pela incolumidade do sucessor de Pedro – que difere do trabalho dos guardas suíços, que são o exército do Papa.
Em entrevista recente a um jornal italiano, o comandante explicou se trata de uma tarefa complexa: ''O modo do Papa Francisco de estar próximo aos mais humildes é muito belo e apreciado pelas pessoas. Obviamente, isso comporta uma intensa actividade de prevenção, que é feita através de controles efectuados antes dos eventos. E é esta obra preventiva que nos deixa mais serenos, explica Giani.
''Naturalmente, sempre é possível que apareça um exaltado ou uma pessoa que tenta se aproximar muito, não com más intenções, mas para demonstrar amor ao Papa. E são situações que sempre conseguimos administrar positivamente.''
O comandante explica que se exige dos gendarmes “máximo empenho”, pois se trata de um pequeno território em termos de extensão, mas de importância global – o que pode fazer do Pontífice um alvo potencial para mal intencionados.
Desde 2008, a Gendarmaria Vaticana é membro da Interpol – a polícia internacional. ''A Interpol permite de maneira rápida contactos em nível internacional e para nós isso é muito útil, não somente para a preparação das viagens do Santo Padre aos outros Estados, mas também para eventuais situações de emergência, em que pode haver religiosos presentes em áreas de crise.
“Todas as informações, inclusive em nível internacional, nos forneceram e nos fornecem elementos suficientes para agir com segurança para proteger o Santo Padre.''
Mas quais características necessárias para se tornar um gendarme? O comandante responde:
''Antes de tudo, é preciso amar a Igreja. Os gendarmes servem a Igreja no serviço ao sucessor de Pedro. Portanto, o primeiro requisito do perfeito aspirante é uma fé fervorosa e um alto sentido do valor da família. Outra característica, obviamente, é saber desempenhar o papel de policial. Não de “rambo”, mas de pessoas formadas psicologicamente e adestradas para um serviço muito delicado.” Resumindo: bons cristãos e bons policiais.
A selecção é feita a partir dos pedidos recebidos. Quando se prevêem novos contratos, se abre um concurso e as demandas são examinadas.
“É um concurso muito selectivo”, explica Giani. Primeiro, o pedido é analisado minuciosamente e são verificados os requisitos basilares como, por exemplo, a fé católica e outros. Quem tem os requisitos, deve enfrentar uma série de provas e cada prova é examinada por subcomissões. Os poucos que superam, iniciam um percurso muito duro de formação, feito dentro do Estado, e que dura dois anos, incluindo actividades teóricas e práticas.