Papa Francisco recebeu no final da manhã desta quinta-feira, 06, a comunidade da Pontifícia Academia Eclesiástica. No seu discurso o Papa primeiramente agradeceu o Presidente da Pontifícia Academia, Dom Beniamino Stella, que momentos antes lhe dirigiu uma saudação.
Francisco recordou aos membros da Pontifícia Academia que eles estão se preparando para um ministério de particular compromisso, que os colocará a serviço directo do Sucessor de Pedro, do seu carisma de unidade e comunhão, e da sua solicitude por todas as Igrejas.
O Santo Padre recordou em seguida que o serviço que se presta nas Representações Pontifícias é um trabalho que requer, como também em outros ministérios sacerdotais, uma grande liberdade interior.
Mas o que significa ter liberdade interior, perguntou o Papa? Antes de tudo – respondeu Francisco -, significa ser livres de projectos pessoais: de algumas das modalidades concretas com as quais talvez, um dia, vocês pensaram em viver o seu sacerdócio, da possibilidade de programar o futuro; da perspectiva de permanecer por mais tempo no “seu” lugar de acção pastoral. Significa tornar-se livres, em qualquer modo, também em relação à cultura e à mentalidade da qual vocês provêm, não para esquecê-las e muito menos para renegá-la, mas para se abrirem, na caridade, à compreensão de culturas diferentes e ao encontro com homens pertencentes a mundos também muitos distantes dos seus.
Sobretudo, - continuou o Papa - significa vigiar para ser livres da ambição ou aspirações pessoais, que tanto mal podem fazer à Igreja, tendo cuidado de colocar sempre em primeiro lugar não a sua realização, ou o reconhecimento que vocês poderiam receber dentro ou fora da comunidade eclesial, mas o bem superior da causa do Evangelho e a realização da missão que lhes será confiada.
Por isso – disse ainda Francisco –, vocês deverão estar dispostos a integrar a sua visão de Igreja, mesmo legítima, no horizonte do olhar de Pedro e da sua peculiar missão ao serviço da comunhão e da unidade do rebanho de Cristo, da sua caridade pastoral, que abraça o mundo inteiro e que, graças à acção das Representações Pontifícias, deseja estar presente sobretudo naqueles lugares, muitas vezes esquecidos, onde são grandes as necessidades da Igreja e da humanidade.
Em síntese o Papa afirmou que o ministério que eles estão se preparando pede a eles que saíam de si mesmos; um destacar-se de si mesmo que pode ser conseguido somente através de um intenso caminho espiritual e uma séria unificação da vida ao redor do mistério do amor de Deus e do imperscrutável desígnio de seu chamado.
O Papa Francisco dirigiu ainda uma palavra às Irmãs que desempenham com espírito religioso e franciscano o seu serviço quotidiano em meio aos sacerdotes. São boas Mães que os acompanham com a oração, com as suas palavras simples e essenciais e sobretudo com o exemplo de fidelidade, de dedicação e de amor. Junto a elas o Papa agradeceu também os leigos que trabalham na Pontifícia Academia Eclesiástica.
Concluindo fez votos de que eles iniciem o serviço à Santa Sé com o mesmo espírito do Beato João XXIII.