Teve início nesta segunda-feira, 1 de Julho, no Sudão do Sul, a Semana de Oração pela Paz e Reconciliação.
"A paz não se constrói com convenções, mas indo aonde há conflitos, encontrando-se com quem combate e sofre", disse o Administrador Apostólico da Diocese de Malakal, Dom Roko Taban Mousa.
O testemunho de Dom Taban tem um valor especial porque sua diocese se encontra em Jonglei, região que se tornou refém de um conflito armado sete anos depois do fim da Segunda Guerra Civil Sudanesa (1983-2005) e um ano depois do nascimento do Sudão Sul, em 9 de Julho de 2011.
A Semana de Oração pela Paz e Reconciliação é o início de um caminho traçado por uma comissão formada pelo Governo, em Abril passado, em que se destacam os membros das Igrejas locais.
Segundo o administrador apostólico, "para entender as causas profundas do conflito em Jonglei e ajudar a resolvê-lo é importante promover encontros no local e que as comunidades sejam ouvidas.
Nessa região, na fronteira com o Sudão e a Etiópia, os conflitos entre agricultores Nuer e Murle pela terra, pasto e água resultaram numa retomada da violência, no ano passado. Desde então, o Exército do Sudão do Sul está enfrentando o grupo rebelde liderado pelo ex-general, David Yau, apoiado principalmente pelos Murle.
Batalhas, emboscadas e represálias causaram milhares de deslocados e obrigaram muitas pessoas a percorrerem longas distâncias por medo de retaliação por parte da comunidade rival.
A crise será um teste decisivo para a comissão do Governo, liderada pelo Arcebispo anglicano Daniel Deng Bul e pelo Bispo católico emérito de Torit, Dom Paride Taban.
A Semana de Oração pela Paz e Reconciliação no Sudão do Sul se conclui no próximo dia 7.