O segundo dia da Assembleia Plenária do SECAM, foi marcado pelas intervenções do Monsenhor Matthew Hassan Kukah, do Reverendo padre Hani Kiroulos. Todas as intervenções partiram ou assentaram as suas bases nas duas exortações apostólicas, recentes, voltadas para África.
Primeira intervenção: estabelecer uma nova ordem e quebrar com o passado - o papel das comissões 'verdade e reconciliação' à luz da africae múnus, foi entregue ao Monsenhor Matthew Hassan Kukah.
Monsenhor Kukah fez uma digressão pelas transições políticas em África, apontando falhas e situações difíceis, vivenciadas neste continente. Exemplos como os da África do Sul, da RDC, Benin, Nigéria, são bastante elucidativos para as diferenças africanas.
Chamada de atenção feita a determinadas transições que mais do que levar à democracia, levam é à ditadura. E a Igreja deve estar atenta a tudo isso. Deve vigiar sobre todas as forma de exclusão, de injustiça, de corrupção e de violência vigentes em África.
A Africae Munus, marca o fim de uma era e o início de outra, nova e com braços estendidos para o futuro e para o desenvolvimento. A Africae Munus é uma benção para este continente. Ela é um documento que nos diz claramente o que é a reconciliação e o que ela requer.
Monsenhor Kukah, praticamente, terminou com respostas a uma questão, por ele mesmo, colocada: “Porque é que a Igreja católica deve tomar a dianteira para uma nova África?
Na parte da tarde, o Padre Hani Kiroulos, egípcio de nacionalidade, dissertou sobre o tema “Os movimentos sócio-políticos na África do Norte e o diálogo inter-religioso.
Há um esforço de diálogo, pedindo aos muçulmanos que esqueçam o passado e se predisponham a trabalhar junto com os católicos pela paz e pela justiça social. A Igreja privilegia muito o diálogo. Dialogo que se estende aqueles crentes monoteístas, mas que não citam qualquer passagem da bíblia. O diálogo nunca será feito com a intenção de converter o outro.
No que toca as tensões religiosas e política. Uma incursão ao passado ajuda sem dúvida, a um caminhar para o futuro. Pedindo perdão dos excessos do passado, a igreja dá mostras da sua vocação ao perdão e da sua missão de perdoar.
A exortação Africae Munus, foi e é uma luz para um caminhar seguro e firme. Com esse auxílio, a Igreja tem mais um contributo para se firmar e se afirmar cada vez mais como luz para as nações.
Respondendo a questões colocadas, o sacerdote frisou que os acontecimentos agora no Egipto, não são suficientes para dizer que o país se transformará, num país islâmico. São jovens, são cidadãos insatisfeitos com a situação social. Não são só os cristãos que estão a abandonar e a sofrer com a governação islâmica. Há bastantes muçulmanos.
Continuando a responder as questões colocadas, frisou: os nossos objectivos no que toca a união dos cristãos no Egipto, não é juntar todos num só, mas sim mantermo-nos unidos mas diferentes. Dito de outra forma, nos queremos unir sim, mas respeitando as diferenças.
Para o dia de amanhã estão reservados para a primeira leitura das recomendações e para a leitura e avaliação de relatórios.