Os caminhos para os próximos três anos do SECAM continuam a ser desenhados em Kinshasa, capital da RDC. Conferencias, trabalhos de grupos e relatórios continuam a ser a tónica de uma caminhada que aqui encerra dia 15, mas que vai abrir estradas para muito mais.
O dia de hoje fechou com a expectativa de um encontro entre os membros do concelho permanente do SECAM e o presidente Kabila. Marcado para o período da manhã e sucessivamente adiado, ao som do refrão “a qualquer momento poderá acontecer”, acabou por não acontecer e sem qualquer explicação plausível.
Aparte isso os trabalhos decorreram com normalidade. Foram apresentados os relatórios dos departamentos de Justiça e Paz, bem como o do de comunicações. Destaque se dê ao desafio de se criar uma agência de notícias católica africana. Um desafio que vai exigir muito mais deste organismo africano, mas que não está visto como impossível de atingir, olhando para aquilo que foram as intervenções dos delegados à esta assembleia plenária.
O plano para o próximo triénio foi trazido a discussão com a conferência proferida por Sua Eminência Théodore Cardeal Adrien Sarr, arcebispo de Dakar, Senegal, com o tema: «Um olhar sobre o SECAM à luz da “Africae Munus”. Forças, Fraquezas e Perspectivas». Este é um ponto que vai levar os delegados até ao dia de amanhã, já que as discussões ainda não chegaram ao fim. No entanto, boas perspectivas se desenham no horizonte.
Um outro assunto que também ficou por concluir está relacionado aos estatutos desta organização. Os estatutos foram reestudados e analisados com vista a fazer “um SECAM mais unido e muito mais forte”. Neste sentido a criação de mais uma comissão “Fé, Cultura e desenvolvimento”, parece ser um bico-de-obra a tratar, já que ainda há divergências no que faze: se fica como uma comissão, de facto, ou se fica integrada nalguma já existente. Até aqui o “item” desenvolvimento, estava ligado à uma outra comissão, a da Justiça e Paz, assim designada: Comissão de Justiça, Paz e Desenvolvimento.
A Igreja em África está a seguir com atenção a recente situação no continente. Os conflitos no Mali, na República Centro Africana (RCA), bem como os acontecimentos no Egipto, têm sido objecto de conversa quer nos corredores quer durante as sessões. Prova disso é que um dos bispos da RCA, chamado afalar sobre a real situação no seu país, disse de forma clara que o problema no seu país, mais do que político é económico. A escolha de novos pardeiros económicos em detrimento dos tradicionais, incluindo a França, leva a toda essa situação que se vivo naquele pedaço de África. É dado assente que no final desta Assembleia Plenária se produza um documento em relação ao que se vive nesse país.
Para o dia de amanhã entre outros documentos, aguardam-se as recomendações e as resoluções sobre a Reconciliação, a Justiça e a Paz em África. Tais recomendações e resoluções vêm sendo trabalhadas e melhoradas desde a manhã de quinta-feira. Por aquilo que foram as discussões em plenária, pode-se dizer que elas andarão a volta da situação da criança, das guerras que nascem e que grassam pelo continente, da urgência da criação de comissões de justiça e paz em todas as dioceses, bem como andarão a volta da formação cada vez mais exigida dos leigos nos campos humano, espiritual e doutrinal.
Aguardada com espectativa está a ser a mensagem final desta 16ª Assembleia Plenária do SECAM. Mensagem que com toda a certeza trará um recado directo aos políticos e aos decisores africanos.