O Papa celebrará nesta quarta-feira a missa de abertura do Capítulo Geral da Ordem de Santo Agostinho. No dia em que a Igreja recorda o Bispo de Hipona, os religiosos agostinianos acolherão o Pontífice, às 18h locais, na Basílica de Santo Agostinho.
Foi Inocêncio IV, no Séc. XIII, quem deu o primeiro impulso a várias comunidades eremíticas a se reunirem numa Ordem religiosa com a regra e o estilo de vida de Santo Agostinho.
A Rádio Vaticano pediu ao 96º Prior Geral da Ordem de Santo Agostinho, Pe. Robert Prevost – no cargo há 12 anos e que está para concluir o seu segundo mandato –, um balanço pessoal nestes 12 anos de condução da Ordem e uma reflexão sobre os primeiros meses de Pontificado do Papa Francisco:
Pe. Robert Prevost:- "Quando começo a pensar o que significa estes doze anos, a primeira coisa que devo é um agradecimento, uma gratidão muito grande a Deus, mas também a todos os meus confrades. Foram doze anos positivos no que tange à vida da Ordem, graças a algumas coisas concretas e à abertura de novas missões. Cresceu muito o elemento de diálogo e de colaboração entre as circunscrições."
RV: Como a Ordem de Santo Agostinho tem vivido o início do Pontificado do Papa Francisco?
Pe. Robert Prevost:- "Vemos este novo Papa com um grande dom para a Igreja, do mesmo modo como vivemos o dom do Pontificado do Papa emérito Bento, que de modo excelso e importante deu à Igreja o ensinamento de Santo Agostinho. O novo Papa assume alguns elementos do Pontificado de Bento com um estilo diferente e se aproxima do Povo de Deus sempre com a mensagem do Evangelho. Portanto, vive com a sua humanidade, com a sua proximidade, com esse grande amor, essa compaixão, essa misericórdia da qual fala muitas vezes e faz que o Evangelho seja uma mensagem viva para as pessoas, para o povo. Para nós é um presente, um dom, mas também um grande desafio este novo Papa e toda a sua mensagem."
RV: Nesta quarta-feira, memória litúrgica de Santo Agostinho, abre-se o Capítulo Geral dos Agostinianos. De que modo os senhores estão enfrentando este momento?
Pe. Robert Prevost:- "Escolhemos a data da solenidade de Santo Agostinho para abrir o Capítulo, precisamente pela importância que o Bispo de Hipona tem para a vida da Ordem e para a vida da Igreja. Santo Agostinho é uma figura que ainda hoje tem muito a dizer aos cristãos e ao povo, a todos, portanto. E essa mensagem é algo que deve também guiar e acompanhar a reflexão e o trabalho do Capítulo. Agostinho é realmente uma figura, como teólogo e como pastor, que tem muito a dizer à Igreja de hoje."
RV: Trata-se de um Capítulo Geral que é acompanhado também pela oração do Papa...
Pe. Robert Prevost:- "Certamente. Recebemos vários sinais de sua proximidade para connosco. Semanas atrás recebemos da Secretaria de Estado, do Cardeal Bertone, uma mensagem em que se comunicava esse desejo do Papa de acompanhar-nos no Capítulo Geral, reconhecendo a importância do Capítulo para a vida da Ordem, dentro da Igreja. Um Capítulo, nesse sentido, é um evento eclesial não somente para a Ordem. E nós somos gratos, estamos contentes por saber que temos também esse acompanhamento, essa proximidade do Santo Padre para connosco."
RV: De fato, na quarta-feira a Igreja celebra a memória litúrgica de Santo Agostinho, mas nesta terça-feira temos a memória litúrgica de Santa Mónica, mãe do Bispo de Hipona. Em vista deste Capítulo Geral podemos dizer que há também a intercessão de Santa Mónica em favor destes dias para os senhores?
Pe. Robert Prevost:- "Pode-se dizer que Santa Mónica é também nossa mãe: a figura de Mónica, que com as suas orações conseguiu realizar a conversão de Agostinho, sempre através da graça de Deus. Podemos dizer que também nós, como Ordem, queremos ser parte da vida da Igreja e, portanto, Mónica, com a sua oração, o seu amor, a sua intercessão acompanha a Ordem nesse sentido."