Domingo, 13, na cidade de Tarragona, 522 “mártires do século XX”, serão beatificados na maior cerimónia de beatificação colectiva da história da Igreja espanhola. Com esta cerimônia, o país terá um total de 1.523 beatos mártires, dentre os quais, 11 já canonizados.
A Conferência Episcopal Espanhola (CEE) prevê que mais de 25 mil pessoas participem da celebração no Complexo Educativo da cidade.
O Secretário-Geral e porta-voz da CEE, Dom Juan Antonio Martínez Caminho, adiantou que também estarão presentes cerca de quatro mil parentes dos mártires da perseguição religiosa do século XX na Espanha, além de uma centena de bispos, 30 dos quais estrangeiros, e 1400 sacerdotes. O Arcebispo emérito de São Paulo, Cardeal Cláudio Hummes, encontra-se em Tarragona para a celebração.
Segundo o episcopado espanhol, quase todos os mártires (520) morreram durante a guerra e apenas dois religiosos antes, em 13 de Outubro de 1934, e os novos beatos não devem ser classificados como “mártires da Guerra Civil”. São três bispos, 88 sacerdotes diocesanos, 15 sacerdotes de ordens religiosas, 412 religiosos e sete leigos. 7 mártires nasceram fora da Espanha, mas faleceram em seu território: eram originários da Colômbia, de Cuba, das Filipinas, da França e de Portugal Todos tiveram as causas de beatificação analisadas individualmente pelo Vaticano.
“Eles não caíram em uma guerra nem foram combatentes; não estavam com armas na mão. Estavam em seus conventos, em suas igrejas e casas quando lhes foi oferecida a liberdade se renegassem o nome de Jesus. Morreram por não renegar sua fé”, explica Dom Caminho.
Para Dom Jaume Pujol Balsells, Arcebispo de Tarragona, será um momento de paz, perdão e reconciliação, sem qualquer conotação política e reivindicativa. A cidade catalã foi escolhida para a beatificação por seu significado histórico para a Igreja Católica no país. Nela foram mortos no ano 259, os primeiros mártires espanhóis, entre eles, São Frutuoso, Santo Eulógio e Santo Augurio.
Será o representante do Papa Francisco, o Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, a presidir a celebração.