Quase meia-centena de cristãos foram executados a sangue frio na vila de Sadad, na Síria, por islamitas que lutam contra o regime de Bashar al-Assad.
As diferentes igrejas cristãs da Síria estão unidas na condenação do mais recente episódio de violência contra os cristãos daquele país.
O massacre de pelo menos 45 cristãos teve lugar há cerca de quinze dias, mas apenas agora começam a surgir os detalhes.
O crime ocorreu na vila de Sadad, a cerca de 100 quilómetros de Damasco. A vila é quase exclusivamente cristã e tem uma população de cerca de 3000 pessoas.
Durante a semana de 21 de Outubro Sadad foi ocupada por milícias islamitas, que lutam contra o regime de Bashar al-Assad. Os rebeldes executaram pelo menos 45 cristãos a sangue frio e obrigaram milhares de outros a fugir da vila com apenas a roupa que traziam vestida.
Há relato ainda de 30 feridos e dez pessoas permanecem desaparecidas. Entre as vítimas encontra-se uma família composta por avós, filha e netos, entre os 90 e os 16 anos, todos estrangulados e lançados numa cisterna.
O arcebispo Selwanos Boutros Alnemeh, da Igreja Siro-Ortodoxa, presidiu ao funeral das vítimas e lançou uma pergunta ao mundo: “Pedimos socorro ao mundo, mas ninguém nos escutou. Onde está a consciência cristã? Onde está a consciência humana? Onde estão os meus irmãos?”
Para além das mortes que causaram, os rebeldes fizeram ainda graves estragos contra os edifícios e o património religioso da vila, que inclui igrejas e mosteiros multiseculares. As Forças Armadas acabaram por retomar a vila, permitindo que os civis regressassem às suas casas.
Os rebeldes que lutam contra o regime de Assad são compostos por vários grupos diferentes. Ao longo dos mais de dois anos e meio de revolta, as forças fundamentalistas têm ganho preponderância, aumentando paralelamente os actos de perseguição anticristãos.