O Conselho da ONU para os direitos humanos votou esta semana em Genebra, na Suíça, a abertura de uma investigação sobre as violações realizadas no conflito na Faixa de Gaza. A resolução passou com 29 votos a favor, um contrário – o dos EUA – e 17 abstenções, entre as quais todos os países da União Europeia, incluindo a Itália.
Durante os trabalhos pronunciou-se o observador permanente da Santa Sé junto da ONU em Genebra, D. Silvano Maria Tomasi, que pediu uma trégua imediata para permitir a entrada de ajudas humanitárias para a população de Gaza.
Palestinianos e israelitas – disse o prelado à Rádio Vaticano – são infelizmente, "dois mundos que não se falam e que buscam encontrar a solução dos problemas mediante a violência que jamais trará resultados". Eis o que nos disse D. Tomasi sobre a Comissão de Inquérito:
"Certamente a Comissão deverá examinar o uso desproporcionado da força praticado pelo exército de Israel, quando destrói, como diz, por razões de defesa militar, mas, de facto, destrói casas privadas e ataca estruturas de saúde, bombardeia famílias. Com a mesma objetividade devem também ser examinados estes grupos palestinianos, que controlam a utilização dos foguetes lançados contra a população civil israelita. Portanto, a tarefa desta Comissão não será fácil. Outras comissões foram criadas no passado, que na verdade não deram muitos resultados: fazem os seus relatórios que são comunicados aos países membros das Nações Unidas; reflete-se sobre esses relatórios e sobre as recomendações que são feitas. Porém, depois, a aplicação dessas diretrizes passa a ser letra morta. Falta, parece-me, a vontade política de resolver o problema na sua raiz, respeitando os direitos de todos: os direitos dos israelitas de viverem no seu Estado em paz e segurança, sem ser atacados; e o direito dos palestinianos de terem também uma vida digna e de poderem afirmar a sua identidade através de um Estado." (RL/RS)