O Papa criticou este sábado a “hipocrisia” dos que na Igreja “professam o voto de pobreza mas vivem como ricos”. Esse comportamento, disse Francisco na Coreia do Sul, “fere as almas dos fiéis e prejudica a Igreja”.
Num encontro com cinco mil membros de comunidades religiosas sul-coreanas, na Escola do Amor, em Kkottongnae (130 quilómetros a sul da capital Seul), Francisco apelou aos presentes a que vivam de acordo com o que professam.
“A hipocrisia de quantos – homens e mulheres consagrados – professam o voto de pobreza mas vivem como ricos, fere as almas dos fiéis e prejudica a Igreja”, disse.
O Papa apelou aos membros das comunidades religiosas que vivam de acordo com a alegria do Evangelho, “enraizada no mistério da misericórdia do Pai revelada no sacrifício de Cristo sobre a cruz”.
“Só se o nosso testemunho for alegre é que poderemos atrair homens e mulheres para Cristo; e esta alegria é um dom que se alimenta de uma vida de oração, da meditação da Palavra de Deus, da celebração dos Sacramentos e da vida comunitária”, disse.
“A firme certeza de ser amados por Deus está no centro da vossa vocação: ser para os outros um sinal tangível da presença do Reino de Deus, uma antecipação das alegrias eternas do céu”, afirmou.
Aplausos e uma coreografia
Depois de visitar a Escola do Amor, o Papa encontrou-se com leigos a quem lembrou a sua importância na afirmação da Igreja Católica na Coreia do Sul – algo que já tinha feito quando beatificou 124 mártires coreanos, numa celebração religiosa a que assistiu quase um milhão de pessoas.
No encontro com o Apostolado dos Leigos, valorizou o papel da mulher e da família católica – um discurso interrompido por várias vezes por aplausos.
Este sábado, o Papa esteve também num centro de recuperação para pessoas com deficiência em Kkottongnae, a Casa da Esperança.
O Papa saudou e conviveu com 150 pacientes adultos e meia centena de crianças com deficiência, vindas de outro centro, para além de 70 profissionais da instituição.
As crianças ofereceram a Francisco uma pequena coreografia e alguns trabalhos manuais.
De seguida, o Papa rezou em silêncio num jardim simbólico dedicado às crianças que não nasceram, um gesto contra o aborto, na presença de uma representação de activistas contra a interrupção voluntária da gravidez.