Serão 253 os participantes do terceiro Sínodo extraordinário sobre a família, a ter lugar no Vaticano do dia 5 ao dia 18 de Outubro. Dentre eles também 14 casais subdivididos entre peritos e auditores. A noticia foi dada pelo Secretariado geral do Sínodo, que difundiu hoje o elenco oficial dos participantes nos trabalhos.
“Sínodo” quer dizer “caminhar juntos”: eis, portanto, que dos cinco continentes a Igreja universal se mete a caminho em direcção à Sede de Pedro, para reflectir sobre “os desafios pastorais sobre a família no âmbito da evangelização”. Este é o terceiro Sínodo extraordinário,na história da Assembleia Sinodal, depois daqueles de 1969 e de 1985, dedicados, respectivamente, ao relacionamento ente Conferências Episcopais e colegialidade dos bispos e à aplicação do Concílio Vaticano II.
Os Padres sinodais neste Sínodo serão 191, dentre os quais 25 chefes de dicastérios da Cúria Romana e 114 presidentes de Conferências Episcopais: 36 da África, 24 da América, 18 da Ásia (para a China estará o Arcebispo de Taipé, Monsenhor Shan-Chuan), 32 da Europa e 4 da Oceânia.
Serão 62 os outros participantes, incluso 8 Delegados fraternos: dentre os quais, também Hilarion, presidente do Departamento para as relações exteriores do Patriarcado de Moscovo. Das Igrejas Orientais virão treze expoentes, que provêem de Países em conflito, como o Iraque e a Ucrânia, representados pelo Patriarca caldeo, Louis Sako e pelo Arcebispo maior greco-católico Shevchuk. E ainda treze casais de cônjuges que farão parte dos 38 auditores, com direito de palavra, mas não de voto, na Aula. Outros dois consortes fazem parte dos 16 peritos, ou seja dos colaboradores do Secretário especial. Dentre os membros de nomeação pontifícia está o padre António Spadaro, director da revista dos Jesuítas “La Civiltà Cattolica”.
Do mundo da lusofonia, para além dos que provêm do Brasil, fazem parte da lista hoje divulgada, quatro bispos, um leigo e um padre. Trata-se, antes de mais, dos presidentes das Conferências Episcopais de Angola (e São Tomé e Príncipe), Moçambique, Portugal e Timor Oriental, respectivamente D. Gabriel Mbilingi - arcebispo de Lubango, D. Lúcio Muandula – bispo de Xai-Xai, D. Manuel Clemente – patriarca de Lisboa, e D. Basílio do Nascimento – bispo de Baucau. Como Auditor (com direito de palavra mas sem direito de voto) foi designado um leigo de Moçambique - Inácio Amândio Chaíque, Formador de Noivos e Casais novos. Entre os clérigos chamados a colaborar como “assistentes” no decurso do Sínodo, consta um padre de São Tomé e Príncipe – Mateus Ragbir.
Durante as duas semanas da assembleia sinodal, os participantes reflectirão sobre o Documento de trabalho publicado em junho. Como recordou hoje o Secretário geral do Sínodo, cardeal Lorenzo Baldisseri, o objectivo é “propor ao mundo de hoje a beleza e os valores da família, que emergem do anúncio de Jesus Cristo que dissolve o medo e sustenta a esperança”.
Como anunciou a seu o Conselho ordinário do Sínodo, os trabalhos seguirão uma nova metodologia interna, visando favorecer uma participação mais dinâmica dos Padres sinodais. Dar-se-ão os passos necessários – explica ainda o cardeal Baldisseri- “para emendar normas ou eventualmente empreender uma autêntica reestruturação do organismo sinodal”. Não se prevêem documentos finais na conclusão desta Assembleia extraordinária: trata-se apenas de uma primeira etapa de um percurso que se concluirá no próximo ano, quando – de 4 a 25 de outubro de 2015 – se realizar o 14˚ Sínodo geral ordinário, tendo como tema “Jesus Cristo revela o mistério e a vocação da família”.