Encorajados pelo Papa Francisco a “construir uma Igreja pobre e para os pobres”, mais de 100 leigos, líderes de grupos sociais, 30 bispos empenhados com as realidades e os movimentos sociais nos seus países, e cerca de 50 agentes pastorais, além de alguns membros da Cúria romana, participam desde segunda-feira (27/10) do Encontro Mundial dos Movimentos Populares, que se realiza em Roma até esta quarta-feira, 29 de outubro.
O evento é organizado e promovido pelo Pontifício Conselho da Justiça e Paz, em colaboração com a Pontifícia Academia das Ciências Sociais.
O discurso do Papa aos presentes foi precedido pela saudação do Cardeal Peter Turkson, Presidente do organismo que promove o encontro. Nas suas palavras o purpurado recordou que o Pontifício Conselho da Justiça e Paz, em colaboração com a Pontifícia Academia das Ciências Sociais e os líderes dos Movimentos envolvidos, organizou este Encontro, a fim de fortalecer a rede de organizações populares, favorecer o conhecimento recíproco e promover a colaboração entre eles e as Igrejas locais, aqui representados por bispos e seus agentes pastorais provenientes de vários países do mundo, comprometidos na promoção e tutela da dignidade e dos direitos da pessoa humana.
Num mundo globalizado, caracterizado por múltiplas discriminações e injustiças, sentimo-nos chamados a fazer ouvir a voz daqueles que não têm voz, e a dar visibilidade aos milhões de excluídos e marginalizados - especialmente os camponeses, os jovens, os imigrantes e as mulheres - que enfrentam diversas barreiras para o acesso seja a um trabalho digno, seja à terra ou a uma moradia decente.
“Sustentados, muitos de nós, pela fé em Cristo, que se fez pobre entre os pobres, e fortes pelo magistério social do Papa Francisco e da sua preocupação para com as vítimas da indiferença e do egoísmo de um sistema social e económico elitista, - destacou o cardeal - estamos reunidos hoje, no Vaticano, para recebermos de si, Santo Padre, palavras que nos iluminem e nos apoiem no nosso difícil caminho para a construção de uma sociedade mais justa e solidária, onde ninguém seja considerado um “descarte” (Evangelii gaudium, n 53), mas visto com o olhar de Deus, que abraça todos os seus filhos, especialmente aqueles a quem o Senhor chama de ‘meus irmãos e irmãs mais pequeninos’”.